24/07/2024 - 11:48
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou em um comício realizado no estado de Aragua, na noite de terça-feira, 21, que as eleições no Brasil, Colômbia e Estados Unidos não são auditadas, porém o mandatário não apresentou provas.
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“Temos 16 auditorias […]. Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos, é inauditável o sistema eleitoral. No Brasil não auditam um registro. Na Colômbia não auditam nenhum registro”, disse o presidente da Venezuela.
Ao mesmo tempo, Maduro afirmou que a Venezuela “tem o melhor sistema eleitoral do mundo”, que a oposição vai perder e “terá que aceitar” a derrota. A fala ocorreu um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conceder uma entrevista a jornalistas internacionais e dizer que está preocupado com as declarações do venezuelano sobre um possível “banho de sangue” caso perca as eleições marcadas para este domingo, 28.
Sem citar o nome do mandatário brasileiro, Maduro rebateu a declaração: “Eu não disse mentiras. Quem se assustou que tome um chá de camomila. Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”.
No entanto a comunidade internacional tem fortes desconfianças em relação às eleições venezuelanas, visto que no início deste ano o Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo chavista, impediu que a opositora María Corina Machado, uma das favoritas no pleito, concorresse.
Nicolás Maduro está há 11 anos no poder e, caso seja reeleito, tem a possibilidade de garantir mais seis anos. Nas eleições de 2018, a OEA (Organização para os Estados Americanos), a União Europeia e países como os EUA e a Austrália não reconheceram como legítima a vitória do presidente venezuelano.
Eleições brasileiras são auditáveis
As eleições brasileiras possuem diversos processos de auditoria. Além disso, todas as etapas são acompanhadas por entidades nacionais, internacionais e partidos políticos.
Confira os principais mecanismos:
- Zerésima, o extrato de votos da urna para mostrar que ela está zerada antes de o primeiro eleitor votar;
- Teste de integridade, para garantir que não há divergência entre os votos dados e registrados nas urnas;
- Coleta de biometria dos eleitores;
- Análise do TCU (Tribunal de Contas da União) em 3 mil boletins de urnas e não entrou qualquer divergência.