A diretora dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, Avril Haines, acusou nesta terça-feira (9) o Irã de incitar protestos no território americano contra a guerra em Gaza, inclusive através do pagamento a manifestantes.

Haines destacou que não estava sugerindo que os americanos que saem às ruas contra Israel ou contra a política de Washington em relação ao conflito sejam desonestos ou estejam sob as ordens do Irã, mas afirmou que Teerã está intensificando os protestos.

“Nas últimas semanas, agentes do governo iraniano têm tentado explorar de forma oportuna os protestos em curso relacionados à guerra em Gaza, usando um esquema que já vimos outros atores usarem ao longo dos anos”, disse Haines em um comunicado.

“Observamos agentes ligados ao governo do Irã se passando por ativistas online, tentando encorajar os protestos e até mesmo fornecendo apoio financeiro aos manifestantes”, acrescentou.

“A liberdade de expressar opiniões diversas, quando feita de forma pacífica, é essencial para a nossa democracia, mas também é importante alertar sobre atores estrangeiros que tentam explorar nosso debate para seus próprios fins”, concluiu.

O Irã é um dos principais apoiadores do grupo islamista palestino Hamas, cujo ataque massivo contra Israel em 7 de outubro desencadeou uma intensa ofensiva israelense na Faixa de Gaza, com sérias consequências humanitárias.

Os protestos contra o conflito se multiplicaram em dezenas de universidades dos Estados Unidos entre abril e maio, com estudantes exigindo que os centros de ensino cortem seus vínculos, diretos ou indiretos, com instituições israelenses e fabricantes de armas.

Veículos de imprensa iranianos apoiados pelo Estado aproveitaram esse movimento pró-palestinos para acusar Washington de hipocrisia na repressão a algumas das manifestações, que resultaram em milhares de detidos.

O Irã, arqui-inimigo dos Estados Unidos, é frequentemente acusado pelo Ocidente de tentar silenciar vozes críticas.

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