Feridos no orgulho pelo revés contra a Costa Rica, Vinícius Júnior e os demais astros da seleção brasileira estão sob pressão para calar as críticas no jogo de sexta-feira (26), contra o Paraguai, em Las Vegas, pela segunda rodada do Grupo D da Copa América-2024.
A Seleção desembarcou na tarde de terça-feira na cidade dos cassinos em meio a um processo de reflexão após o empate sem gols de segunda-feira contra a Costa Rica.
“Vamos conversar, o professor (Dorival Júnior) vai mostrar os vídeos e no próximo jogo vamos buscar a vitória”, resumiu o zagueiro Marquinhos ao chegar ao hotel de Las Vegas.
O termômetro na cidade desértica de Nevada ultrapassa os 40º Celsius nos último dias, mas a temperatura em torno da seleção canarinho não é menos sufocante.
O duelo contra a Costa Rica, equipe mais jovem da Copa América, era propício para mostrar ao continente que o Brasil não perdeu a magia.
Embora seus nomes não intimidem na escalação como no passado, Dorival Júnior tem à disposição um dos elencos mais completos e talentosos do torneio continental.
Vini Jr. desponta como o favorito a vencer a próxima Bola de Ouro e, junto com Rodrygo, forma a dupla ofensiva que conquistou o Campeonato Espanhol e a Liga dos Campeões pelo Real Madrid.
O técnico também pode utilizar o ‘curinga’ Endrick, a joia de 17 anos que quebrou recordes de precocidade de Pelé.
Mas nenhum destes argumentos foi suficiente para balançar as redes do gol defendido pelo costarriquenho Patrick Sequeira, que foi retirado do anonimato como jogador do Ibiza, da terceira divisão espanhola.
“Temos que melhorar, sei que tenho que melhorar”, reconheceu Vinícius, que continua a dever ao Brasil o nível fabuloso que exibe no Real Madrid. “Tudo requer tempo, temos um treinador novo, jogadores novos”.
Sem que a situação ainda seja dramática, o Brasil teve seus planos completamente frustrados pelo fiasco no SoFi Stadium, em Inglewood, Los Angeles.
A vitória contra o Paraguai passa a ser obrigatória para ter a chance de subir ao primeiro lugar do grupo no duelo final contra a imparável Colômbia, na terça-feira, em Santa Clara (Califórnia).
Esse confronto contra os colombianos, invictos nos últimos 24 jogos, será o teste decisivo para um Brasil no qual alguns analistas têm depositado pouca fé e só pedem que evite um vexame.
Enquanto constrói um time competitivo para a Copa do Mundo de 2026, Dorival Júnior tem sido pressionado para que aproveite muito mais o presente e algumas de suas decisões começam a ser questionadas.
Na sexta-feira, a solução que o experiente técnico encontrou para a boa marcação costarriquenha em Vini Jr. foi mandar seu craque para o banco a 20 minutos do fim, substituição que deixou Neymar incrédulo nas arquibancadas do SoFi Stadium.
O ainda líder desta seleção, fora da Copa América devido a uma grave lesão no joelho, ‘Ney’ foi protagonista naquela noite nas redes sociais por seus gestos de desespero ao assistir à ineficiência do ataque brasileiro.
Poucas horas depois, o maior artilheiro da história da Seleção enviou uma mensagem de confiança à sua equipe.
“De fora você consegue ter uma visão que jamais veria dentro de campo, em segundos você tem que solucionar uma jogada”, escreveu o ex-craque do Barcelona e do Paris Saint-Germain no Instagram.
“E hoje eu vivi o lado torcedor, cheio de angústia, sentimento de que o gol iria sair, calafrio, mas JAMAIS vou ultrapassar o limite fora do campo. Acabou o jogo, seguimos, bora treinar e melhora pro próximo jogo”, disse ele.
O atacante do Al-Hilal, que está curtindo sua grande paixão pelo pôquer nos Estados Unidos, foi recebido em grande estilo na capital do jogo, com a fachada luminosa do hotel dando as boas vindas ao “Rei Neymar Jr.”.
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