26/06/2024 - 17:22
Apesar do ceticismo do mercado financeiro, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta quarta-feira, 26, que a meta fiscal de 2024 está mantida e é “viável”, não havendo nenhuma discussão para sua alteração, afirmou. Ele também defendeu que nunca houve por parte do governo omissão na adoção de medidas que garantam o atingimento do alvo fiscal, que prevê zerar o déficit público. “Distância entre o que mercado espera e nossas projeções no bimestral para o resultado primário vem se encurtando”, afirmou Ceron, argumentando também que o importante é garantir que o resultado ao fim do ano se insira dentro da banda admitida pelo arcabouço fiscal.
Ele repetiu ainda que as expectativas do mercado para os resultados fiscais não estão desancorando, e observou que, em muitos momentos, há uma “mistura de variáveis” que influenciam a política monetária, principalmente no curto prazo, reconhecendo que a política fiscal “obviamente importa” para a condução da política monetária.
Sobre os números de contingenciamento e bloqueio no orçamento projetados por agentes econômicos, Ceron disse que evitaria comentar, justamente porque, segundo ele, há uma confusão sobre a diferenciação técnica entre contingenciamento – feito caso a arrecadação não esteja correspondendo – e bloqueio – que é efetuado para que as despesas não ultrapassem o limite dado pelo arcabouço fiscal.
“É preciso serenidade para olhar política fiscal dentro dos objetivos que traçamos. Bloqueios foram feitos nos relatórios bimestrais para adequar dinâmica das despesas”, disse Ceron, que não também não vê mudanças nos parâmetros macroeconômicos para revisão no próximo relatório bimestral.
Sobre a agenda de revisão de gastos e as discussões sobre as despesas previdenciárias, o secretário reforçou que o desafio do governo é de efetuar um ajuste fiscal sem penalizar as camadas mais pobres da população. “Há diagnóstico de ações para ajuste fiscal com tempo de maturação e janela de oportunidade para serem adotados”, disse.