Relator do projeto de Lei do Programa Mover, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) protagonizou um “racha” no Legislativo após retirar do texto o dispositivo que taxa as ‘blusinhas’ compradas da China. O relatório do parlamentar foi divulgado na terça-feira, 4, mas a votação está prevista para esta quarta-feira, 5.

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Cunha entendeu não ser hora de discutir a cobrança para compras internacionais dentro do PL do Mover. O dispositivo previa a cobrança de 20% de imposto para compras até US$ 50.

O trecho foi incluído pela Câmara dos Deputados e parte dos senadores apoiam a cobrança. O Planalto havia se posicionado contra a alíquota, mas se colocou à disposição de negociar após um acordo com os deputados.

Eleito em 2018, Rodrigo Cunha é advogado e tem perfil discreto nos corredores do Congresso Nacional. Ocupa a 2ª vice-presidência do Senado e do Congresso Nacional. Já relatou 59 projetos desde sua posse e propôs ao menos 70 outros na Casa Alta.

A decisão de Cunha em retirar o dispositivo do texto abriu disputa com outro alagoano, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL). O enfrentamento causou um ‘racha’ no grupo político de Lira.

Cunha deve trocar o Senado pela vice-prefeitura de Maceió, na chapa do atual prefeito João Henrique Caldas (PL). Entretanto, o cargo era um alvo de Arthur Lira, que queria indicar a prima para a chapa.

Na estratégia, JHC quer liberar o cargo de Cunha para a 1ª suplente, Eudócia Caldas (PSB), sua própria mãe. A ideia seria “esquentar” a cadeira para a sua entrada no Senado.

A decisão pode colocar três caciques políticos na disputa por duas vagas em 2026. Renan Calheiros (MDB) deve tentar renovar o mandato por mais oito anos. JHC quer a vaga de Rodrigo Cunha, em acordo para deixar a prefeitura para ele a partir de 2026. Outro que mira a vaga na Casa Alta é Arthur Lira, que quer aumentar a projeção política de seu mandato.