Djidja Cardoso, a ex-sinhazinha do Boi Garantido que foi encontrada morta, aos 32 anos, no dia 28 de maio, na casa de sua família, em Manaus, pode ter sido vítima de uso excessivo de quetamina. Segundo a Polícia Civil do Amazonas, ela fazia parte de uma seita, criada juntamente com sua mãe e seu irmão, e fazia uso de drogas alucinógenas.

O laudo preliminar aponta que a morte da Djidja foi provocada por “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral de causa indeterminada.” A Depressão respiratória é justamente um dos efeitos do fármaco.

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No caso de Djidja, um edema cerebral teria afetado a porção do cérebro que controla o coração e a respiração, causando a chamada “depressão respiratória”. Porém, o laudo não explica o que teria provocado essa condição na ex-sinhazinha.

A cetamina (também escrita como ketamina ou quetamina) é a mesma substância descrita no laudo de Matthew Perry, ator de “Friends”, que morreu em 28 de outubro do ano passado, aos 54 anos, por overdose.

No caso do ator americano, o laudo apontou efeitos agudos da quetamina como causa da morte, com quadro de depressão respiratória.

Para a polícia do Amazonas, existe a possibilidade de ter havido um abuso que levou a ex-sinhazinha ao óbito, e por isso não trabalha ainda com a hipótese de homicídio. Porém, estão sendo levantados elementos de autoria do crime.

A quetamina é um poderoso anestésico utilizado há mais de 50 anos, e sua aplicação mais comum é como sedativo, sendo uma substância utilizada como anestésico para humanos e para animais.

Porém, o fármaco é também utilizado como droga recreativa ilícita por seu efeito psicodélicos, pois alteram drasticamente alguns neurotransmissores no cérebro, criando mudança profunda na percepção, humor e ansiedade.

Em abril de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualizou o status da ketamina na lista de substâncias controladas. Com isso, ela “subiu” um degrau na classificação de perigo e saiu da C1, de “substâncias sujeitas a controle especial”, para a B1, de “psicotrópicas” e “sujeitas à notificação de receita ‘B’”. O órgão disse que a mudança foi motivada “pela necessidade de maior controle” e para “possibilitar o aperfeiçoamento de medidas de combate ao seu uso irregular/recreativo como droga de abuso”.