VATICANO, 22 ABR (ANSA) – O cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), negou nesta segunda-feira (22) que o papa Francisco seja “de esquerda” por defender a proteção de trabalhadores.   

Em entrevista à emissora Rai, o religioso, homem de confiança do pontífice, disse que Jorge Bergoglio e a Igreja Católica “falam sobre pessoas, de homens e mulheres que o nosso senhor nos pede para amar”.   

“As outras interpretações são erradas”, declarou Zuppi ao ser questionado sobre as acusações de opositores de que o Papa diz “coisas de esquerda”.   

“A Igreja recorda que o trabalho é para o ser humano, e não o contrário, e que diante de tragédias tão frequentes, seriam necessários mais compreensão, prevenção e investimentos, e menos retórica”, acrescentou.   

A entrevista girava em torno da “epidemia” de mortes no trabalho na Itália, tema que ganhou força após o falecimento de sete pessoas na explosão em uma usina hidrelétrica da Enel Green Power no início de abril.   

O próprio Francisco já rebateu o fato de ser chamado de “comunista” e disse que defender pobres e marginalizados, como os migrantes, é um caminho para a “santidade”.   

“É nocivo e ideológico o erro das pessoas que vivem suspeitando do compromisso social dos outros, considerando-o algo de superficial, mundano, secularizado, comunista, populista”, afirma uma exortação apostólica publicada pelo Papa em 2018, a “Gaudete et exsultate” (“Alegrem-se e exultem”).   

(ANSA).