Eleito presidente da Comissão de Educação, Nikolas propôs lei que veta linguagem neutra em escolas

Eleito presidente da Comissão de Educação, Nikolas propôs lei que veta linguagem neutra em escolas

Um dos principais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi eleito nesta semana como presidente da Comissão de Educação na Câmara. No entanto, o parlamentar não apresentou nenhum projeto de lei sobre o tema desde que assumiu o mandato no Congresso Nacional. Em Brasília, ele propôs dois projetos próprios e outros cinco como coautor. Como vereador em Belo Horizonte por dois anos foram outros 15, alguns relacionados à educação. No Congresso, porém, nenhum tem a área como foco.

Na Câmara desde janeiro de 2023, Nikolas, que foi o deputado mais votado do País nas eleições de 2022, abordou na atividade legislativa temas que costumam repercutir no enfrentamento ideológico, como a facilitação para aquisição, cadastro, registro e posse de armas de fogo e de munição, a criação de delegacias especializadas em conflitos agrários e a classificação do Hamas e do Hezbollah como grupos terroristas.

No ano passado, Nikolas Ferreira e outros 49 aliados de Jair Bolsonaro assinaram um projeto de lei para anistiar todos os condenados pela Justiça Eleitoral de outubro de 2016 até o dia em que a proposta venha a ser efetivamente aprovada. O projeto é uma tentativa de reverter a inelegibilidade por oito anos do ex-chefe do Executivo, condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O autor da medida, o deputado Sanderson (PL-RS), argumenta que cassações de mandato e determinação de inelegibilidade devem ser decisões soberanas do Congresso.

Em agosto de 2023, o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), promulgou uma lei de autoria de Nikolas Ferreira que proíbe o uso de linguagem neutra ou não binária nas escolas da capital mineira.

Neutra

Apoiada sobretudo pela comunidade LGBT+, a linguagem neutra ou não binária propõe o uso do “e” como gênero neutro em substituição aos masculinos e femininos “o” e “a”, numa tentativa de tornar a língua mais “inclusiva”. Por exemplo: “menine” (ao invés de menino ou menina), “todes” (ao invés de todos ou todas) e “elu” (ao invés de ela ou ele).

“Em BH, não tem mais Elu e Todes. A língua portuguesa será respeitada. Que a minha lei seja exemplo pra todo Brasil”, escreveu Nikolas nas redes sociais após a aprovação do PL.

Nos dois anos em que ocupou o posto de vereador por Belo Horizonte, Nikolas Ferreira propôs outros dois projetos relacionados à educação. Um que institui empreendedorismo e noções de Direito no contraturno das escolas municipais de educação integral da capital mineira e outro que garante o direito de prioridade de matrícula de irmãos na mesma unidade escolar.

A função das comissões permanentes da Câmara é a apreciação das matérias antes que elas cheguem ao plenário da Casa. Além de aprovar ou não determinada proposta, as comissões modificam os projetos por meio de emendas e pareceres.

Com informações são do jornal O Estado de S. Paulo.