Lucas Viana, campeão do reality show “A Fazenda” em 2019, levou um susto e preocupou o público nesta semana, ao surgir com a pele vermelha e repleta de manchas. O influenciador digital disse que amanheceu assim na segunda-feira, 4, e procurou um médico. Após tomar medicações que não surtiram efeito, ele foi submetido a exames e diagnosticado com urticária medicamentosa.
Karolina Barreto Berselli Marinho, médica imunologista e alergista do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, detalha que os sintomas mais comuns associados a urticária induzida por medicamentos são lesões avermelhadas na pele, eritematosas, com inchaço ou edema, acompanhadas de coceira ou prurido intenso, cutâneo na maioria das vezes. Normalmente, são caracterizadas como placas elevadas na pele, que podem ser mais localizadas ou se espalhar para o corpo inteiro.
“São as chamadas urticas, e essas urticas podem variar em tamanho e forma e aparecer e desaparecer rapidamente, a depender do indivíduo ou da medicação que foi utilizada”, complementa a especialista, que também é Coordenadora do Ambulatório de Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI) no Serviço de Imunologia e Alergia do HC – FMUSP.
Causas e gravidade da urticária medicamentosa
Também conhecida como urticária induzida por medicamentos, a urticária medicamentosa é uma reação cutânea alérgica decorrente do uso de algum medicamento. “Essas reações podem ser alérgicas ou não alérgicas, dependendo do mecanismo envolvido na reação. E aí tem a histamina, que é a principal substância liberada nessas reações quando ocorrem essas urticárias”, detalha Karolina.
Segundo ela, os medicamentos mais comuns associados à urticária medicamentosa são os anti-inflamatórios. Contudo, outros também podem desencadear a condição; são eles: anti-inflamatórios não hormonais, diclofenaco, analgésicos como dipirona e aspirina, antibióticos, principalmente derivados de penicilinas, anticonvulsivantes e alguns medicamentos para pressão arterial.
A gravidade da reação pode variar. Em grau leve, pode ocorrer poucas lesões e leve inchaço, podendo melhorar sozinhas. Casos de maior gravidade as lesões são disseminadas por todo o corpo, podendo ser acompanhadas de inchaço nas pálpebras, na língua, até edema de glote e sintomas respiratórios, caracterizado como uma anafilaxia.
“Os casos mais graves ou persistentes é o médico quem precisa prescrever os corticoides para reduzir essa inflamação. Casos mais extremos em que o indivíduo não só tem a urticária, mas tem sintomas compatíveis com a anafilaxia, e, de maneira bem geral, quando essa urticária vem acompanhada de outro sinal como quadro respiratório ou alteração gastrointestinal, na emergência pode ser necessário o uso de adrenalina ou até adrenalina autoinjetável”, complementa a médica.
Tratamento
Karolina esclarece que qualquer pessoa pode desenvolver uma urticária induzida por medicamento. Contudo, algumas têm predisposição genética.
A reação a determinado medicamento não tem cura. Porém, algumas medidas podem ser tomadas como forma de tratamento. A primeira é interromper o uso do medicamento causador de urticária.
“É importante a gente estabelecer: eu tive alergia, por exemplo, à Dipirona. Lembrar que existem vários nomes comerciais para Dipirona, e Dipirona pode estar contida em outros medicamentos. É importante essa educação para o paciente, essa orientação para que ele saiba ler rótulos, ter um plano de ação, ter essa orientação por escrito, até para apresentar em serviços de saúde se precisar procurar um pronto-socorro”, alerta a imunologista e alergista.
Por fim, Karolina orienta que caso de anafilaxia induzida por medicamentos é necessário um plano de ação bem estabelecido, se possível com adrenalina autoinjetável. Por isso, é imprescindível consultar um médico ao perceber qualquer sinal da condição, a fim de ter clareza sobre o tratamento de urgência, caso a exposição seja imprevisível.