O dólar se movimentou lateralmente contra rivais desenvolvidos nesta quinta, 11, na esteira de um índice de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos que veio levemente acima da expectativa, mas que deixou o futuro em aberto, sem indicar novos direcionamentos sobre a expectativa por cortes de juros do Federal Reserve (Fed)

O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis rivais fortes, fechou em queda de 0,07%, a 102,291 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 145,41 ienes, enquanto o euro recuava marginalmente, a US$ 1,0971, e a libra, subia a US$ 1,2758.

A reação moderada foi “surpreendente”, escreve o analista do City Index Fawad Razaqzada. Isso pode significar, diz ele, que os números da inflação de hoje foram encarados como uma alta pontual, mas que a fraqueza da economia americana deverá exercer pressão descendente sobre os preços nos próximos meses.

Ou então, Razaqzada aponta que investidores podem estar precificando os demais bancos centrais, seja Banco Central Europeu (BCE) ou Banco da Inglaterra (BoE), como mais restritivos do que o Fed. Boris Vujcic, integrante do BCE, porém, foi na direção contrária hoje, ao sinalizar em discurso que, embora ainda seja cedo para prever o início de cortes de juros, a continuação da desaceleração da economia deve forçar cortes de juros mais rápidos.

De acordo com o banco ANZ, porém, o dólar próximo da estabilidade hoje é mais uma demonstração de que o mercado está “muito à frente de si mesmo”, visto que, para o banco australiano, o momento ainda é para discutir se o aperto monetário é restritivo o suficiente, e não se já está na hora de cortar taxas.

Na Argentina, o dólar blue, negociado no mercado paralelo, caiu a 1.120 pesos hoje depois de dois dias renovando máxima histórica. A alta recente foi impulsionada após o governo argentino fechar acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) ontem e também em meio às novas medidas do governo de Javier Milei. Hoje, dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec) apontaram que a inflação no país subiu 211% em 2023.