O ‘Big Brother Brasil 24‘ (TV Globo) causou polêmica já na sua primeira Prova do Líder, em noite de estreia da edição, na última segunda-feira, 8. O participante Vinícius Rodrigues, 29 anos, atleta paralímpico, chamou a atenção dos internautas durante a disputa, que apontaram falta de equidade para os participantes na busca pela liderança.

Além de resistência, a prova consistia em atravessar obstáculos. Mas, o que provocou indignação no público foi a fala Maycon, que resolveu abusar de brincadeira de mau gosto ao sugerir apelidos para o colega de confinamento. 

Durante a disputa, o cozinheiro escolheu um nome para se referir ao atleta, fazendo referência à sua deficiência física, uma postura capacitista e preconceituosa.  Capacitismo é um termo usado para descrever atitude discriminação contra pessoas com necessiadades especiais, seja ao utilizar termos pejorativos, zombar da condiçao do deficiente, substimar a capacidade do doficiente, ou mesmo a falta de acessibilidade em locais públicos.

Vinícius sofreu amputação da perna esquerda após ser vítima de acidente de trânsito em 2013, quando tinha apenas 19 anos. No atletismo paralímpico ele encontrou motivação para a sua vida pós-amputação.

Em 2021, na última Paraolimpíada, sediada em Tóquio, o agora brother ficou com a prata dos 100m rasos na categoria T63, destinada a amputados de perna acima do joelho. Nessa mesma prova ele já havia conquistado, em 2019, o recorde mundial, com o tempo de 11s95.

Em 2022, durante participação no podcast Podsport, o atleta relatou o acidente que mudou a sua vida, contou como ingressou no esporte e falou sobre preconceito.

“As pessoas tendem a se fechar, não se mostrar. Eu uso bermuda toda hora por causa disso. Essa minha versão eu amei, cara. Se eu colocar uma calça parece que eu tô me tampando”, disse ele sobre sua condição.

Durante o bate-papo, Vinícius destacou que não tinha contato com outras pessoas deficientes até se ver nessa condição. Para ele, o preconceito só acaba quando a pessoa tem vivência com pessoas com necessidades especiais.

“Eu mesmo quando virei atleta, eu nunca tive contato antes com pessoas com deficiência. Uma, duas na escola. Mas, a pessoa só vai perder o preconceito, só vai entender quando vivencia”, analisou ele, acrescentando que as crianças são mais receptivas.

“Engraçados são as crianças, né. Quando vai no shopping, ‘uma coisa viva’, uma criança já é mais curiosa. O pai quando vê, já quer meio que puxar, a criança fica perguntando”, divertiu-se ele.