Um prefeito e cinco indígenas foram assassinados em crimes separadas na sexta-feira (22) no município departamento de Cauca, sudoeste do país, região com muitas plantações de folha de coca e maconha, informaram as autoridades locais.

O prefeito de Guacheené, Elmer Abonía Rodríguez, foi assassinado durante a noite na zona rural do município, informou o Ministério Público na rede social X. A mensagem informa que uma equipe especializada foi mobilizada para “determinar as possíveis responsabilidades”.

Eleito em 2019 pelo Partido Liberal, o prefeito Abonía Rodríguez estava prestes a encerrar seu mandato, em 31 de dezembro. Segundo a imprensa local, ele foi baleado no final de um evento público em uma localidade rural chamada Cabito.

Algumas horas antes, durante a madrugada, uma comunidade indígena da etnia nasa foi abalada pelo massacre de cinco integrantes, incluindo uma adolescente de 15 anos, no município vizinho de Santander de Quilichao, a 20 quilômetros de distância.

Por volta das 4h00, homens armados invadiram a casa do professor Jhon Freiman Ramos e atiraram em toda a sua família. Além do professor, morreram sua esposa, Yisel Menza, e sua filha menor de idade, Jelen Ramos, informou, em nota, a Associação de Cabildos Indígenas do Norte do Cauca.

Pouco depois, dois homens foram assassinados em uma casa próxima, acrescentou.

“Para nós, a situação é muito delicada. Nesta área já tivemos, nos últimos quatro anos, situações contra a vida de líderes comunitários indígenas, professores e bens sociais no setor. Fazemos um apelo para que os crimes sejam esclarecidos”, disse à Blu Radio a prefeita de Santander de Quilichao, Lucy Amparo Guzmán.

A região concentra grandes áreas de cultivo de drogas e é uma área de atuação de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que rejeitaram o acordo de paz de 2016 e negociam atualmente com o governo do presidente Gustavo Petro

Os massacres – definidos pela ONU como o homicídio de três pessoas indefesas em um mesmo local – deixaram 300 vítimas em 93 casos este ano no país, segundo a ONG Indepaz.

O governo de Petro, o primeiro de esquerda da Colômbia, pretende extinguir por completo o último conflito armado interno do continente, mediante negociações de paz ou benefícios penais aos grupos de narcotraficantes que aceitarem desmontar o negócio “pacificamente”.

No entanto, sua política chamada de “Paz Total” ainda não conseguiu deter a espiral de violência no país após o acordo de paz com as Farc.

O governo negocia com o Estado-maior Central, principal grupo dissidente desta guerrilha que atua na região, com o qual acordou um cessar-fogo desde janeiro.

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