24/11/2023 - 17:33
VENEZIA, 24 NOV (ANSA) – Foram descobertos dois dos genes que determinam o destino das células-tronco, um interruptor que as transforma em células adultas especializadas para substituir aquelas que morreram.
A descoberta do mecanismo, usando organoides (culturas celulares) intestinais, foi feita pelo estudo coordenado pelo italiano Gabriele Colozza, do Instituto de Biotecnologia Molecular em Viena, mas atualmente no Instituto de Ciências Básicas na Coreia do Sul, e publicado na Science Advances.
Nosso corpo é como um canteiro de obras sempre operacional, onde para manter eficientes os vários tecidos, milhões de células antigas são continuamente substituídas por células novas.
Esse é um mecanismo alimentado pelas chamadas células-tronco adultas, uma categoria de células capazes de amadurecer nas várias tipologias de células necessárias naquele tecido específico em que estão. Uma espécie de curinga que se especializa apenas quando necessário.
No entanto, os mecanismos que guiam as células-tronco para entender como e quando se especializar ainda são pouco claros, e o trabalho de Colozza tentou investigar o que acontece no intestino, um ambiente caracterizado por condições muito difíceis para as células, que são facilmente danificadas e, portanto, precisam ser substituídas em um ritmo acelerado.
“Existe um delicado equilíbrio entre a renovação das células-tronco e a diferenciação em outros tipos de células: a proliferação descontrolada das células-tronco pode levar à formação de tumores; por outro lado, se muitas células-tronco se diferenciarem, o tecido ficará empobrecido de células-tronco e, no final, não será capaz de se renovar”, disse Colozza.
Investigando primeiro em organoides e depois em ratos uma das já conhecidas cadeias de sinais bioquímicos e proteínas, chamada Wnt, que guia o desenvolvimento embrionário, os pesquisadores conseguiram compreender os detalhes pela primeira vez.
O estudo permitiu entender o papel específico de dois genes, Rnf43 e Daam1, nesses processos de substituição, e como as células tumorais são capazes de modificar seu ambiente para alterar os processos normais de substituição das células saudáveis e assim poderem proliferar. (ANSA).