O dólar recuou de maneira praticamente generalizada no exterior nesta segunda, 20, após um leilão de T-bonds do Tesouro dos Estados Unidos inspirar demanda forte, o que impôs pressão sobre os rendimentos dos Treasuries e fortaleceu o sentimento de risco no exterior.

O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,46%, a 103,438 pontos. O dólar cedia ainda a 148,35 ienes perto do fechamento das bolsas de Nova York.

O Departamento do Tesouro americano leiloou US$ 16 bilhões em T-bonds de 20 anos, com juro a 4,780% e demanda acima da média, de acordo com o BMO Capital Markets. A operação pesou sobre os retornos dos Treasuries, em um movimento que ecoou também no câmbio.

O ING vê mais espaço para fraqueza da divisa dos EUA ao longo desta semana, encurtada no país por conta do feriado de Ações de Graças, na quinta-feira. O banco avalia que o mercado deve monitorar a ata do Federal Reserve (Fed), marcada para amanhã. “O mercado parece estar disposto a ficar atento a algumas manchetes dovish aqui, e isso pode revelar-se um risco de evento negativo para o dólar amanhã”, especula.

No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,0948, depois que a Moody’s melhorou de negativa para estável a perspectiva do rating italiano, além de ter elevado a nota de crédito de Portugal em dois degraus. “A notícia chega num momento em que o dólar está passando por uma ampla correção e permitiu que o EUR/USD euro ante dólar fosse negociado acima de 1,09”, diz o ING.

Ainda na Europa, a libra avançava a US$ 1,2511. Hoje, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, reiterou que os juros devem ficar restritivos por algum tempo e que a instituição ainda nem pensou em cortá-los. Há expectativa pela divulgação do orçamento de outono do Reino Unido esta semana. No entanto, essas atualizações fiscais geralmente não abalam os mercados cambiais”, pondera a Convera.

Na Argentina, o chamado dólar cripto era negociado a 1.1016,45 pesos argentinos, um dia após o libertário Javier Milei derrotar o ministro da Economia, Sergio Massa, no segundo turno das eleições presidenciais. Um feriado no país deixou fechadas as negociações dos principais mercados locais.