03/03/2017 - 18:09
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou a Itália esta semana por não ter reagido com “rapidez e eficácia” para proteger uma mulher e seu filho da violência doméstica.
Maltratada durante anos pelo marido, Elisaveta Talpis, uma moldávia de 53 anos, perdeu o filho de 19 anos em novembro de 2013, em sua casa em Údine (norte). O jovem foi morto quando defendia a mãe das facadas do pai, Andrei Talpis, também moldávio, alcoolizado e agressivo.
Apesar das várias denúncias apresentadas, da intervenção de várias instituições, dos pedidos de vizinhos e parentes, o sistema não conseguiu deter essa violência doméstica, aponta o tribunal europeu.
Segundo os juízes europeus, a Itália violou três artigos da Convenção Europeia dos Direitos Humanos. Além disso, suas autoridades geraram um tipo de “impunidade”, após terem deixado a vítima em um limbo burocrático, e suas denúncias, sem efeito.
“As leis existem, mas nos falta formar e sensibilizar os operadores, as forças da ordem, os magistrados e os serviços sociais para que não subestimem a violência contra as mulheres e os menores”, reconheceu a presidente da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados, Donatella Ferranti.
“Trata-se de uma sentença histórica para a Itália. É a primeira e é, sobretudo, uma chamada de atenção”, disse a advogada da vítima, Sara Menichetti, a uma rádio local.
O feminicídio é um problema na Itália, onde ao menos uma mulher é assassinada a cada 72 horas.