01/03/2017 - 16:30
O Banco do México rebaixou levemente nesta quarta-feira sua estimativa de crescimento econômico para 2017. A instituição cita preocupações com medidas protecionistas nos Estados Unidos, que poderiam gerar um impacto negativo no comércio mexicano.
Em seu relatório trimestral de inflação, o BC mexicano disse esperar que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça entre 1,3% e 2,3% neste ano, abaixo da estimativa anterior de 1,5% a 2,5%. A economia cresceu 2,3% em 2016, com a expansão de 3,4% no setor de serviços compensando a produção industrial estagnada.
Embora o crescimento global e dos EUA devam continuar a registrar uma recuperação gradual nos próximos anos, as projeções não parecem levar totalmente em conta os possíveis efeitos adversos sobre o comércio global de políticas protecionistas do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, aponta o BC mexicano.
A instituição diz que há ainda incerteza sobre as medidas concretas, mas que as propostas de medida econômica mencionadas pelo governo relativas ao México sugerem “que em certo grau serão adotadas ações que obstruem as relações entre os dois países”. A situação já gerou impacto negativo para o consumidor mexicano e para a confiança desse consumidor, bem como para o investimento estrangeiro direto, acrescentou o BC.
O governo mexicano teve discussões preliminares com membros do governo Trump sobre a relação bilateral e os dois governos devem começar a renegociar nos próximos meses o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês).
Além de reduzir a projeção de crescimento, o BC mexicano elevou a previsão de inflação, que deve acelerar para 4,7% em meados de fevereiro, de 3,4% no fim de 2016. O banco central espera que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) fique acima de 4% neste ano, superior à meta de entre 2% e 4%. O BC disse esperar que a inflação desacelere mais para o fim do ano e caminhe novamente para a meta de 3% até o fim de 2018.
Para 2018, o BC mexicano reduziu sua projeção de crescimento do PIB em meio ponto porcentual, para uma faixa entre 1,7% e 2,7%. Fonte: Dow Jones Newswires.