Mais de 30 pessoas morreram devido a um forte terremoto que atingiu o centro de Marrocos nesta sexta-feira (8) à noite, com epicentro próximo à cidade turística de Marrakech, de acordo com relatos da mídia local.

Vídeos publicados nas redes sociais e relatos de sobreviventes descrevem danos na cidade turística e cenas de pânico, com moradores saindo de suas casas em busca de segurança ao ar livre.

As autoridades ainda não divulgaram um balanço oficial de vítimas, mas a mídia marroquina, citando fontes locais, relata que 27 pessoas morreram na região de Marrakech e outras sete na província de Ouarzazate, que fica 200 quilômetros ao sul.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o terremoto teve magnitude 6,8 e ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilômetros, com epicentro 71 quilômetros a sudoeste de Marrakech.

O Centro Nacional para a Pesquisa Científica e Técnica, sediado em Rabat, disse que o terremoto teve magnitude 7 e ocorreu na província de Al Hauz, próxima a Marrakech.

Os veículos de imprensa marroquinos relatam que este é o terremoto mais forte já registrado no reino.

Em uma cidade na província de Al Hauz, uma família ficou presa sob os escombros após o desabamento de sua casa, conforme os relatos.

De acordo com fontes médicas citadas pelo site de notícias Médias24, houve uma “afluência maciça” de feridos nos hospitais de Marrakech.

O tremor também foi sentido em cidades costeiras como a capital Rabat, Casablanca e Essaouira.

Vídeos gravados em Marrakech mostram moradores correndo para fora dos edifícios durante o terremoto, escombros caindo em vielas estreitas e carros cobertos de pedras.

Um minarete desabou sobre a famosa praça Jamaa el Fna, o coração de Marrakech, causando dois feridos.

– “Gritos e choros” –

“Por volta das 23h00, sentimos uma sacudida muito forte, percebi que era um terremoto. Via os prédios se movendo. Não temos reflexos para esse tipo de situação. Depois, saí e havia muita gente do lado de fora”, explicou Abdelhak el Amrani, um morador de 33 anos de Marrakech, em entrevista à AFP por telefone.

“As pessoas estavam em choque e pânico. As crianças choravam, os pais estavam desamparados”, disse Amrani, que relatou uma queda na eletricidade e na conexão telefônica por cerca de 10 minutos.

Fayssal Badour, de 58 anos, estava voltando para casa quando o terremoto aconteceu. “Eu parei e percebi a catástrofe. Era muito sério (…) Os gritos e os choros eram insuportáveis”, relatou.

“Não há muitos danos, mais pânico”, disse um morador de Essaouira, a cerca de 200 km de Marrakech, em entrevista à AFP por telefone. “As pessoas estão nas praças, nos cafés, preferem dormir ao ar livre”, acrescentou.

O terremoto também foi sentido em várias províncias do oeste da Argélia, o país vizinho, mas o departamento de defesa civil argelino descartou danos ou vítimas.

Marrocos está localizado em uma região propensa a terremotos devido à sua posição entre as placas tectônicas africana e euroasiática.

Em 2004, pelo menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terremoto atingiu Al Hoceima, no nordeste do país.

Em 1980, o terremoto em El Asnam, na vizinha Argélia, com magnitude 7,3, foi um dos terremotos mais destrutivos da história contemporânea. Deixou 2.500 mortos e pelo menos 300.000 pessoas desabrigadas.

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