O programa “Fantástico”, da TV Globo, exibiu no domingo, 20, o especial de 50 anos da atração. Em um determinado momento, houve uma homenagem ao jornalista Maurício Kubrusly, que sofre com a DFT (Demência Frontotemporal).

+ Diagnosticado com demência, Maurício Kubrusly é homenageado pelo ‘Fantástico’

Entenda

  • A DFT é uma doença neurodegenerativa;
  • Ela apresenta duas características marcantes: perda da linguagem e alteração comportamental;
  • Há também o fator genético, e a doença não tem cura.

O profissional, de 77 anos, ficou conhecido pelas suas reportagens no quadro “Me Leva Brasil”, do “Fantástico”. O jornalista Pedro Bial citou o colega de profissão durante a atração e, em seguida, foram exibidas imagens de Maurício caminhando em uma praia do Nordeste, acompanhado por um cachorro.

Em entrevista à ISTOÉ, o neurologista Álvaro Pentagna, coordenador da neurologia do Hospital Vila Nova Star e São Luiz, explicou que a DFT é uma doença neurodegenerativa que afeta os lobos frontais e temporais laterais e possui duas características marcantes: perda da linguagem e alteração comportamental. “O paciente fica mais desinibido, impulsivo e até agressivo”, acrescentou.

Isso difere, por exemplo, do Alzheimer, que tem como característica predominante a falta de memória.

Álvaro ressaltou que o diagnóstico para a DFT é basicamente clínico. “Depois, são realizados exames como neuropsicológicos ou neuroimagens (que mostram as atrofias cerebrais) para corroborarem a suspeita médica”, destacou.

Há também o fator hereditário. De acordo com o neurologista, cerca de 40% dos pacientes têm algum familiar que sofreu de DFT. “Nesses casos, são realizados testes genéticos nos quais pode ser possível diagnosticar a doença.”

A DFT não é passível de cirurgia e não tem cura. “Atualmente, o que a medicina pode oferecer é algum tipo de suporte. Caso o paciente desenvolva um quadro depressivo, é encaminhado para acompanhamento psicológico. Já ocorrência de perda da linguagem, ele passa a realizar terapias”, explicou.

Repercussão nas redes

Após a exibição da homenagem, diversos usuários do Twitter comentaram o sobre o caso do jornalista. “A trajetória de pessoas como Kubrusly, quando têm demência, me faz questionar sobre o conhecimento que a medicina tem sobre essa doença. Quer dizer, nada além da hereditariedade. Exercícios físicos e mentais são óbvios para evitar qualquer enfermidade”, escreveu uma.

“Fantástico surpreende ao revelar por onde anda o repórter Maurício Kubrusly, que marcou gerações com suas reportagens na TV”, disse outra internauta.

“Passado com a situação do Maurício Kubrusly”, destacou um. “Maurício Kubrusly perdeu a memória por causa de grave doença. Repórter que marcou a televisão brasileira com matérias especiais, tem a Demência Fronto Temporal (DFT). A mesma que acometeu o ator Bruce Willis”, completou outro.

Relembre outros artistas diagnosticado com DFT

No ano de 2022, o ator Bruce Willis anunciou a sua aposentadoria depois de ter sido diagnosticado com afasia. Depois, o quadro evoluiu para Demência Frontotemporal.

“Desde que anunciamos o diagnóstico de afasia recebido por Bruce em 2022, sua condição progrediu e agora temos um diagnóstico mais específico: demência frontotemporal. Infelizmente, a dificuldade de comunicação é apenas um dos sintomas da doença de Bruce enfrenta. Por mais que seja doloroso, é um alívio ter finalmente um diagnóstico claro”, escreveu Emma Heming Willis, esposa do ator, à época nas redes sociais.

Além dele, a atriz britânica Emilia Clarke, estrela da série “Game of Thones, descobriu dois aneurismas cerebrais, entre 2011 e 2013, e precisou passar por uma cirurgia após um derrame, que afetou a sua capacidade de comunicar. Depois de realizar tratamento com fisioterapia, ela conseguiu superar a afasia e fundou a instituição SameYou.

A atriz Kate Walsh, conhecida por seu papel em “Grey’s Antomy”, teve um quadro de afasia depois de descobrir um tumor no cérebro, em 2017. Em entrevista à revista Cosmopolitan, ela afirmou que tinha dificuldades para pensar e terminar frases.