O presidente Lula da Silva III e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, estão perto de acordo que pode garantir maioria folgada de votos para a governabilidade. Passa por ajustes, claro, no inquilinato da Esplanada. Lira pediu para seu grupo – leia-se não apenas o Centrão, mas conglomerado de 200 deputados de frente suprapartidária – o Ministério dos Esportes e o Ministério do Desenvolvimento Social. A turma abre mão do Ministério da Saúde – e aceita ali Alexandre Padilha, que está propenso a assumir. Lula topou entregar Esportes (ele se vira com o PCdoB, que tem a pasta como seu reduto) e o MDS, mas sem o Bolsa Família no plano. Ou seja, o que trava por ora a conclusão do acordo é a indefinição da tutela do programa carro-chefe do discurso do presidente da República. Há um pouco de ego também. Lira tem uma batalha velada por poder com os Calheiros, seus adversários locais em Alagoas, bem representados no Senado, com Renan pai, e no Ministério dos Transportes, com o filho.
Na busca por mais poder contra Renan, Lira pediu Esportes e Desenvolvimento Social. Lula topou, mas não entregará o programa Bolsa Família.
Brasil precisa de mais doadores
O Brasil atingiu a marca de 50 mil pessoas na fila de espera de transplante de órgãos. Estima-se que o País tenha taxa de 16,5 doadores por milhão de habitantes (pmh). Antes da pandemia, era de 18,1. Alguns Estados estão acima da média na lista de doadores, como Santa Catarina e Paraná, com 42/pmh. Outros, como Minas Gerais, inferior a 12/pmh. Segundo o último Registro Brasileiro de Transplante de Órgãos, de janeiro a março, São Paulo é o Estado com mais pacientes em fila de espera: 20 mil pessoas aguardando por cirurgia. Na outra ponta, Rondônia tem dados inversos. São 24,2/pmh e, atualmente, nenhum pedido de transplante de órgão.
Cadê a homenagem?
Quando assumiu, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, prometeu corrigir uma injustiça praticada pelo Governo anterior, que cassou homenagens a falecidos ilustres como Aureliano Chaves, Celso Furtado, Barbosa Lima Sobrinho, Mário Lago, Leonel Brizola, retirando-lhes os nomes de termelétricas brasileiras. Até esta semana nada avançou.
O jeito Castro de ‘ser sem ser visto’
Camanho, de gafe a mal-estar
Pacificação com curto-circuito
Tem dedo (na tomada) do Governo Lula III na saída de Wilson Ferreira do comando da Eletrobras. O Barba não engole a capitalização da ex-estatal. Há guerra entre o MME e a companhia para anulação do PDV de 1.500 funcionários. Novo presidente, Ivan Monteiro é apontado como o pacificador.
A energia da amizade
Arthur Lira vai ampliando seus tentáculos, até no setor privado – mas onde há espaço também para o Governo de Lula III. Seu amigo, o ex-presidente do TJD de Alagoas Rogério Melo Teixeira foi escolhido para comandar a Diretoria de Engenharia de Implantação dos Fundos Regionais da Eletrobras. Um orçamento de R$ 10 bilhões por ano.
Lenço, perfume, ração
O boom de petshops e da indústria de ração com dezenas de produtos para cães e gatos (tem até lenços e spray para hálito) abriu os olhos de grandes investidores para o setor que cresceu 20% no último ano, segundo reports de consultorias especializadas. Além das megalojas, hospitais veterniários 24 horas ganham as capitais.
NOS BASTIDORES
A tese de Bolsonaro
Jair Bolsonaro acha que será preso, contou a amigos. Tem a tese de perseguição no caso das joias. E vai além: será antes da campanha, para não virar um cabo eleitoral.
Exmo. MC Cleitinho
Um dos senadores mais votados, Cleitinho (PSC-MG), que até poucos anos soltava pipa em BH, não deixou as raízes da periferia. Atuou como MC e abriu show de Gusttavo Lima no interior de Minas há dias.
O preço da vitrine
A ascensão meteórica do deputado novato Rodrigo Bacellar como presidente da ALERJ já o fez vitrine para pedrada. Por ora, por causa de preço de imóveis declarados. Um revanchismo político que é a cara do Rio que não dá certo na política.
Luar aos 80 anos
Lenda viva do jornalismo brasileiro, o repórter Luarlindo Ernesto completou 80 anos no Rio de Janeiro dia 12. Há entusiastas para que a direção da Polícia Civil batize a Sala de Imprensa com seu nome.