03/06/2023 - 14:00
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, almoçaram com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), nesta sexta-feira, 2, pela segunda vez em menos de um mês. O encontro reforça a aproximação do ex-mandatário com Nunes, que deverá tentar a reeleição em 2024, enquanto o PL intensifica o processo de “fritura” do deputado federal Ricardo Salles, que quer concorrer à disputa municipal como o nome do bolsonarismo.
Segundo pessoas próximas de Nunes, o prefeito ouviu de Bolsonaro e Valdemar que o partido está de “portas abertas”. A direita busca um candidato para contrapor a Guilherme Boulos, deputado federal pelo PSOL que foi ao segundo turno da eleição municipal contra Bruno Covas, em 2020, morto no ano seguinte. Boulos é o nome mais forte da esquerda e tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro de Nunes e Bolsonaro foi realizado na casa de um empresário, em Perdizes, na zona oeste da capital paulista.
Um dos presentes disse ao ex-presidente que seria importante para o ex-presidente apoiar Nunes na corrida eleitoral de 2024. Bolsonaro, então, afirmou que os dois ainda iriam tomar “muita tubaína”, em uma alusão ao fato de ele não tomar bebida alcoólica.
Nesta sexta, o ex-presidente participou de um evento de formação de oficiais da Polícia Militar na Academia do Barro Branco e depois seguiu para um encontro com políticos paulistanos e empresários. No dia anterior, passou por exames médicos, assistiu a uma partida de futebol no Estádio do Morumbi e dormiu no Palácio dos Bandeirantes, a convite do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No almoço, a disputa municipal de 2024 foi pauta. No entanto, segundo pessoas próximas de Nunes, as portas abertas não estariam atreladas à eleição, mas a um ingresso mais aberto ao partido. O PL local quer apoiar a reeleição de Nunes, mas o deputado federal Ricardo Salles (PL) já se apresenta como eventual nome do bolsonarismo para disputar a Prefeitura da maior cidade do País.
Salles foi ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro e, em entrevista ao Estadão/Brodcast, afirmou que o candidato de Bolsonaro é ele. “Bolsonaro apoia meu nome, não o de Nunes, para Prefeitura de SP”, disse o deputado.
Segundo pessoas presentes, participaram do almoço, além de Nunes e Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o secretário-executivo da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Filipe Sabará, e o assessor e advogado do ex-presidente Fábio Wajngarten.
Pessoas que participaram do encontro disseram que Nunes foi pego de surpresa com a presença de Bolsonaro e que o almoço contaria apenas com empresários, o que incluía nomes do agronegócio. Segundo pessoas próximas de Nunes, ele tem dito que a discussão sobre a corrida eleitoral tem sido antecipada.
No encontro, foi feito um convite para que a primeira-dama, Regina Carnovale Nunes, participe de ações sociais do PL Mulher, que hoje é comandado por Michelle Bolsonaro. A mulher de Salles, Gisela Estella, é amiga de Michelle.
Nas redes sociais, Sabará postou uma foto com Bolsonaro. “Dia de conversas sobre política e democracia com nosso sempre presidente Jair Bolsonaro, ele que, mesmo sendo atacado constantemente com todo o tipo de narrativa, sempre é um feroz defensor da verdadeira democracia (poder do povo), da Constituição Federal e das nossas liberdades. Bem diferente do que temos visto recentemente”, afirmou o secretário.
Dia de conversas sobre política e democracia com nosso sempre Presidente @JairBolsonaro, ele que, mesmo sendo atacado constantemente com todo tipo de narrativa, sempre é um feroz defensor da verdadeira democracia (poder do povo), da Constituição Federal e das nossas liberdades.… pic.twitter.com/M9nt5TNpGl
O encontro também fora patrocinado por Valdemar. Na ocasião, Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participaram da posse da nova presidente do PL Mulher São Paulo, a deputada federal Rosana Valle. O prefeito e Bolsonaro almoçaram e se reuniram antes do evento, realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Na ocasião, não houve conversas diretas sobre candidatura.