19/05/2023 - 15:55
“Eu vi a decisão. E esse clima provocado pelo governo Lula que favorece a perseguição da oposição dificulta até que uma decisão como essa, que é controvertida, seja bem acolhida”, disse o senador Sergio Moro em entrevista para a Folha de S. Paulo. O parlamentar acredita que a atual gestão do PT seja conivente com a cassação do deputado federal Deltan Dallagol, que teve candidatura cancelada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira (16).
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Resumo
- O senador Sergio Moro culpou o Partido dos Trabalhadores pela decisão de cassação do mandato de Deltan Dallagnol;
- Ele afirma que há uma polarização em construção, assim como clima de perseguição a opositores do governo, citando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT);
- Moro acrescentou que há contexto de censura no caso.
Moro afirmou que respeita a decisão do TSE, mas que lamenta o ocorrido e diverge do tribunal neste caso. Para ele, houve falta de interpretação da Leia da Ficha Limpa.
No fundo, eu coloco a culpa no governo, porque o PT e o governo vêm construindo esse clima no Brasil de continuidade da polarização. Então, o tribunal aplicou a lei, acho que fez uma interpretação incorreta da lei, não a melhor. Mas, no fundo, é esse contexto de cassação, de ameaça, de censura, isso não faz bem para o país.
Na entrevista, Moro elogiou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, mas declarou que sua atuação pode ser prejudicada pela polarização. “(…) Está na hora de a gente colocar, como se diz, a bola no chão e discutir políticas públicas com naturalidade. Esse clima de polarização acaba prejudicando esse próprio debate”, acrescentou. Ele também declarou que votaria contra a proposta do arcabouço fiscal, um dos principais marcos da atual gestão de Lula.
Questionado sobre possível preocupação diante do ocorrido, o senador disse que está tranquilo, e que tem ‘direito e os fatos’ a seu favor.
Relembre o caso
- Na terça-feira (16), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu por unanimidade pela cassação do parlamentar. Os ministros consideraram que o registro da sua candidatura não foi válido;
- Para a Corte, Dallagnol, que atuou como procurador na Operação Lava Jato, infringiu a Lei da Ficha Limpa ao se demitir do seu cargo no Ministério Público enquanto ainda respondia a diversos processos disciplinares internos;
- A decisão foi tomada por unanimidade, e a medida tem como base a Lei da Ficha Limpa.