O médico Álvaro Ianhez, que foi condenado a 21 anos e oito meses pela retirada de órgãos para transplante do menino Paulo Veronesi Pavesi, foi preso na terça-feira (9) em Jundiaí, no interior de São Paulo. O crime ocorreu no dia 19 de abril de 2000, em Poços de Caldas (MG).

Resumo:

  • O crime ocorreu em abril de 2000, quando Paulo Veronesi, de 10 anos, sofreu um acidente e foi levado ao hospital, onde teve seus órgãos retirados após ser declarada morte cerebral;
  • Ianhez foi considerado réu por homicídio duplamente qualificado e outros médicos envolvidos já foram condenados e absolvidos;
  • Após obter habeas corpus, a liminar de Ianhez foi cassada pelo STJ e ele foi preso.

No ano 2000, Paulo Veronesi, que tinha 10 anos, caiu de uma altura de 10 metros no prédio onde morava. O menino sofreu traumatismo craniano e foi levado às pressas para o hospital da Santa Casa de Misericórdia.

Em 21 de abril daquele ano, os médicos que atendiam o caso, entre eles Álvaro Ianhez, atestaram a morte encefálica do menino e, na sequência, realizaram a retirada dos órgãos.

No dia 19 de abril de 2022, Ianhez foi considerado réu por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e pelo agravamento de a vítima ter menos de 14 anos.

Antes dele, os médicos José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto foram condenados a 25 anos de prisão. Já o médico Marcos Alexandre Pacheco da Fonseca foi absolvido pelo júri.

Prisão

Após a condenação, o médico Ianhez conseguiu habeas corpus concedido pela Justiça.

No entanto, na última sexta-feira (5), a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassou a liminar. Depois dessa decisão, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) expediu o mandado de prisão contra o médico condenado.

Então o médico foi localizado e detido em São Paulo. Na sequência, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) solicitou a sua transferência para o estado, onde deve ser encaminhado para uma unidade prisional.