O presidente indonésio, Joko Widodo, concedeu um indulto a uma mulher depois de 20 anos no corredor da morte por tráfico de drogas, anunciou nesta sexta-feira (14) sua advogada, um gesto “sem precedentes”, segundo a Anistia Internacional.
Merri Utami, de 49 anos, foi condenada à morte em 2002 pelo tribunal de Tangerang, a 50 km de Jacarta, depois de ser declarada culpada de tentar contrabandear heroína para o país.
“Apreciamos a clemência”, declarou uma das advogadas de Merri Utami, Aisya Humaida.
O diretor executivo da Anistia Internacional na Indonésia, Usman Hamid, celebrou a decisão e a descreveu como “sem precedentes” sob o governo de Widodo.
Utami seria executada em 2016, mas as autoridades a salvaram no último minuto, junto com outros nove condenados.
Em 2014, Widodo alertou sobre a “emergência relacionada às drogas” no país, pedindo penas mais severas para os crimes relativos às drogas e restabelecendo as execuções.
No entanto, seu governo começou a mudar suas políticas radicais, disse o advogado de direitos humanos Todung Mulya Lubis. “Há uma mudança de política”, afirmou à AFP.
“A Agência Nacional de Entorpecentes costumava defender ativamente a pena de morte para os infratores toxicodependentes. Agora se concentra na reabilitação dos criminosos”, explicou.
Em 2021, a Indonésia emitiu pelo menos 114 sentenças de morte, de acordo com um relatório da Anistia Internacional, elevando o número de condenados à morte no país, alguns deles estrangeiros, para mais de 500.
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