SÃO PAULO (Reuters) – O vice-presidente, Geraldo Alckmin, disse na terça-feira estar confiante de que a reforma tributária será aprovada, uma vez que tem apoio tanto do governo quanto da oposição, mas alertou para a necessidade de aproveitar o primeiro ano da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Eu estou muito confiante de que a reforma tributária vai andar. Eu acho que é uma oportunidade de o mundo político mostrar capacidade de diálogo e mostrar resultado. Esta é uma reforma que… traz eficiência econômica e está madura”, disse Alckmin em entrevista ao jornalista Pedro Bial, que foi ao ar na noite da véspera na TV Globo.
“Lula lidera esse trabalho empenhado, o (ministro da Fazenda Fernando) Haddad é convicto de que é necessário, a oposição –que poderia dificultar– é mais liberal… Agora, não pode perder o primeiro ano. Se possível, no primeiro semestre, já tem que votar o primeiro turno (da reforma tributária), é a ‘lua de mel'”, afirmou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
De acordo com o secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, a expectativa é de que a primeira etapa da reforma, focada na criação de um imposto sobre consumo, seja apreciada na Câmara em maio, seguindo depois para o Senado, onde o prazo de votação ainda está indefinido.
Na entrevista de terça-feira, Alckmin voltou a dizer que o governo está comprometido com a responsabilidade fiscal, e deu como exemplo a decisão de Lula de retomar a tributação sobre combustíveis após o fim da desoneração no final do mês passado.
“Eu não posso, nesse momento, abrir mão de 30 bilhões, 28 bilhões (de reais) de arrecadação, então isso ajuda na responsabilidade fiscal”, afirmou o vice-presidente.
(Por Luana Maria Benedito)