A presidente do Peru, Dina Boluarte, reconheceu, nesta sexta-feira (10), que seu país tem “uma democracia frágil”, que precisa de reforço, e fez um apelo geral pela superação da crise política e social iniciada em dezembro.

“Estamos vivendo em uma democracia frágil (…) Acredito que é a mais frágil da América Latina, mas cabe aos peruanos, a nós, fortalecer essa democracia, nossas instituições”, disse em coletiva de imprensa a presidente, acompanhada de seu gabinete ministerial, em um balanço da gestão.

Boluarte, sexta pessoa a ocupar o cargo no Peru desde março de 2018, enfrenta protestos desde o segundo dia de seu mandato, iniciado há pouco mais de dois meses.

Nas manifestações, realizadas sobretudo no sul e em Lima para exigir a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e a convocação de eleições gerais e uma Assembleia Constituinte, morreram ao menos 48 pessoas.

Como vice-presidente, ela chegou assumiu a presidência depois da decisão do Congresso de destituir o ex-presidente Pedro Castillo, que em 7 de dezembro tentou dissolver o Congresso e governar por decreto.

“Em busca da paz, convoco abertamente a todos os líderes políticos de cada um dos partidos, mas também a líderes de organizações sociais, trabalhadores, a todos em geral para que possamos nos reunir e colocar sobre a mesa a agenda do país”, declarou Boluarte.

Em dezembro, após as primeiras manifestações, a presidente pediu ao Congresso que aprovasse uma reforma legal para adiantar as eleições, atualmente prevista para 2026. A solicitação foi rejeitada cinco vezes pelos parlamentares.

Boluarte reiterou que não renunciará ao cargo. Se o fizesse, o presidente do Congresso seria obrigado a convocar eleições imediatas, de acordo com a Constituição.