10/02/2023 - 10:29
Na quinta-feira (9), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o boletim com o desempenho dos estudantes que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2022. Rapidamente, começou a ser publicado nas redes sociais os candidatos que conseguiram atingir a nota 1000 na redação.
A estudante Júlia Gabryelle de Oliveira Santos, de 20 anos, foi uma das participantes que alcançou a pontuação máxima na redação do Enem. Para isso, a jovem montou um cronograma rígido de estudos, que contava com as aulas ministradas no cursinho pré-vestibular Bernoulli, localizado em Belo Horizonte (MG), e a realização de muitos exercícios.
“Eu estudava diariamente das 7h às 21h, era a última a sair do cursinho. Aos finais de semana, fazia simulados e continuava estudando até o horário que eu conseguisse. Tinha colocado como meta que 2022 seria o ano da minha aprovação”, relatou Júlia em entrevista à IstoÉ.
Para alcançar a tão sonhada aprovação, a jovem abriu mão do lazer e ficou totalmente focada nos estudos. No cursinho, ela tinha aulas no período da manhã e, dois dias por semana, na parte da tarde. Nas demais horas do dia, Júlia estava na sala de estudos ou nas monitorias para corrigir os rascunhos das redações. “Eu produzia três textos por semana sobre os temas mais variados possíveis. Ao longo do ano, redigi 100 redações”, completou.
Praticar a escrita também foi a estratégia utilizada pela estudante do Colégio Master, sede Sul, localizado em Fortaleza (CE), Alice Teixeira, de 17 anos. Em entrevista à IstoÉ, a jovem relatou que participava do laboratório de redação oferecido pela instituição de ensino e isso ajudou a melhorar a sua técnica.
“Em relação ao repertório sociocultural, me permiti absorvê-los da forma mais orgânica e saudável possível. Ocorria ao assistir um filme, ler um livro ou ouvir algum álbum. Realizava essas atividades com despretensão, descontração e apenas me deixava levar pela obra de arte”, acrescentou.
Outra estratégia que os alunos utilizam é analisar as redações de anos anteriores que atingiram a pontuação máxima. Porém esse não foi o caso da mineira Júlia. Ela afirmou que chegou a ver por cima alguns textos durante as aulas no cursinho, mas não os teve como base.
“Eu percebia que as minhas redações não se pareciam com as outras que tinham nota 1000. Os meus textos possuíam vocabulários simples e repertórios sempre voltados para a área cultural, como cinema, música e literatura, padrões que fogem das outras produções com pontuação máxima”, disse.
Já para Alice analisar as outras redações ajudou para perceber que os textos seguiam um encadeamento de ideias alternados com conectivos, “que se ajustavam com base na individualidade de cada candidato”.
Após todo esse esforço, as duas estudantes conseguiram a tão sonhada nota 1000 na redação do Enem. “A princípio, acreditei que tinha tirado 100. Mas, quando vi os três zeros, enlouqueci de alegria. Euforia e alegria tomaram conta do meu corpo inteiramente, e, honestamente, ainda estou tentando assimilar que consegui a pontuação máxima”, relatou Alice.
Agora a jovem pretende aplicar a sua nota para o curso de jornalismo na Universidade Federal do Ceará (UFC). Já a mineira Júlia sonha em estudar medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), “mas também estou aberta para outras instituições de ensino”.
Dicas
Ao serem questionadas sobre quais dicas podem dar para os estudantes que estão se preparando para o Enem 2023, as duas responderam que o ponto principal é cuidar do psicológico.
“É importante compreender que, até quando somos ‘improdutivos’, estamos produzindo em prol do nosso corpo. Também é fundamental elevar a autoestima e confiar na sua preparação tanto no momento de cansaço quanto no da prova, pois sabe do seu potencial e esforço”, afirmou Alice.
“Para mim, existem três pilares que são: cuidar do psicológico, para aprender a lidar com as frustações; praticar, pois é o que leva à perfeição; e corrigir, as monitorias são fundamentais para encontrar os erros e também exaltar as qualidades dos textos”, finalizou Júlia.