08/02/2023 - 15:20
Na segunda-feira (6), o arquiteto Pedro Leonardo Negreiros Bonani expôs por meio do seu perfil no Instagram uma ofensa proferida por um empresário. Há dois anos ele comprou uma casa, localizada em Marília, no interior de São Paulo, e depois observou que ela apresenta problemas, como infiltração, bolor, trincas, entre outros. Desde então, ele manteve contato com o proprietário da construtora para que os consertos fossem realizados. Porém, no último domingo (5), o profissional foi xingado de “vagabundo” e “macaco”.
Em entrevista à IstoÉ, o arquiteto afirmou que notou alguns problemas superficiais na parte elétrica da casa logo após se mudar com a esposa. Ele entrou em contato com um funcionário da imobiliária pela qual realizou a compra do imóvel e foi informado que o proprietário da construtora não conectou os fios de eletricidade para evitar que fossem roubados.
“Porém os problemas elétricos persistem até hoje. Às vezes as minhas tomadas não funcionam e as lâmpadas queimam com frequência. Já contratei um eletricista para fazer os reparos e trocar o disjuntor, mas não adiantou. Na última vez, entrei em contato com o proprietário da construtora e pedi o reembolso de cerca de R$ 200 em reparos elétricos. Ele enrolou um pouco, mas realizou a transferência via Pix”, disse.
O arquiteto ressaltou que efetuou o financiamento da residência pelo banco Itaú, mas, de acordo com o artigo 618 do Código Civil Brasileiro, quando a obra de um imóvel é realizada por uma construtora ou empreiteira, a empresa é responsável durante cinco anos pelos reparos.
Depois de algum tempo, Pedro percebeu algumas fissuras em um muro nos fundos da residência, que se transformaram em trincas e só pioram com a chuva. “Então eu entrei em contato com o dono da construtora e disse que, a princípio, parecia que a terra não havia sido compactada.”
O arquiteto afirmou que nos primeiros contatos o empresário foi muito educado e chegou a enviar alguns funcionários para que eles averiguassem a situação. Porém os reparos na residência não foram realizados.
As reclamações duraram por um período até que, no domingo, Pedro resolveu ser incisivo e escreveu para o empresário: “Eu não paguei a casa para viver nessas condições. Seja homem e tenha caráter de colocar a mão no bolso e arrumar todos esses problemas”.
Irritado, o proprietário da construtora afirmou que iria até a casa do arquiteto para “dar um pau (sic)” e mostrar o quanto era homem. O empresário ainda enviou áudios nos quais ofendeu Pedro.
Nesse momento, o arquiteto informou que iria registrar o caso em uma delegacia e depois torná-lo público. “Então o pai do empresário me ligou e disse que ele era o responsável pela construtora. O que não é verdade, pois o nome dele não consta no CNPJ da empresa. Depois, tentou justificar o racismo praticado pelo filho. Ainda segundo Pedro, essa foi a mesma atitude praticada pelo advogado contrato por eles. O defensor também disse, em uma entrevista a um jornal local, que o profissional estava importunando em pleno domingo. Mas ele havia enviado mensagens durante a semana, que foram ignoradas.
Ainda no domingo, Pedro registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia da região. Ele incluiu no relato que, para ele, se tratava de um crime de racismo, mas o caso foi tipificado como ameaça.
A IstoÉ entrou em contato com a Polícia Civil para coletar mais informações sobre a investigação do caso, mas não obteve resposta até o momento.
O arquiteto ainda ressaltou que a sua esposa está grávida de cinco meses e ficou muito nervosa com toda a situação. “Nesta quinta-feira (9), vamos para uma consulta de pré-natal e iremos perguntar a respeito de algumas dores que minha esposa passou a sentir após esse episódio”, afirmou.
Pedro frisou que, apesar da ameaça de agressão, pretende continuar na residência, pois ainda está pagando o financiamento. Ele também deve comparecer à delegacia na companhia de sua advogada.