‘Maduro é derrotável’ se a oposição se unir, diz Guaidó

O líder opositor Juan Guaidó considerou, nesta segunda-feira (9), “derrotável” o presidente Nicolás Maduro, a quem classifica de “ditador”, se a oposição na Venezuela superar, com vistas às eleições presidenciais de 2024, as divisões que levaram ao fim de seu simbólico “governo interino”.

“O problema não é Maduro, ou melhor, o problema que temos hoje é reunificar a alternativa democrática. Reunificada a alternativa democrática, Maduro é derrotável 100% […]. Diante da possibilidade de uma eleição livre e justa, Maduro é absolutamente fraco”, disse Guaidó em entrevista à AFP em Caracas.

Em meio a diferenças, três dos maiores partidos políticos opositores eliminaram, desde 5 de janeiro, a figura do “governo interino” de Guaidó, após quatro anos de ofensiva contra Maduro, que acabou fracassada apesar do amplo apoio internacional com o reconhecimento de Estados Unidos e cerca de 50 países.

Guaidó defende eleições primárias este ano como “mecanismo” para reagrupar os adversários do presidente socialista. Ainda não há data, mas ele espera que se concretizem no “primeiro semestre”.

“Vem um processo de recomposição, de reconstrução […], acredito que temos também a oportunidade na virada da esquina, que é a [eleição] primária”, opinou o dirigente de 39 anos.

Guaidó evitou confirmar a opção de se apresentar como candidato: “Meu candidato é a união. Meu candidato, então, é a primária. E quando tenhamos primárias, quando tenhamos cronograma, tomarei uma decisão”.

Depois de denunciar como “uma fraude” a reeleição de Maduro em 2018, Guaidó se proclamou “presidente encarregado” da Venezuela em janeiro de 2019 com Washington como principal aliado, mas nunca chegou a ter poder real, apesar de ter recebido o controle de ativos do país sul-americano no exterior, bloqueados por sanções financeiras internacionais.

Delegados de Maduro e a oposição discutem condições eleitorais para as eleições presidenciais de 2024 em uma mesa de negociação reativada no México no fim do ano passado.

“Todos [os principais líderes opositores] estamos inabilitados, presos ou no exílio. Então aí, isso vai ter muito a ver muito como evolui [a negociação] no México, como evolui a possibilidade de uma primária competitiva e de uma eleição livre e justa”, manifestou Guaidó.