ROMA, 16 DEZ (ANSA) – A agência ANSA inaugurou em Roma, na capital da Itália, uma exposição para lembrar os juízes Paolo Borsellino e Giovanni Falcone, ambos assassinados em atentados da máfia Cosa Nostra em 1992.
A mostra fotográfica “O legado de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino” foi montada na sede da escola de formação e atualização do Departamento de Administração Penitenciária (DAP) para homenagear os dois magistrados que simbolizaram a luta contra grupos mafiosos.
“O projeto criminoso da Cosa Nostra fracassou porque não pôde impedir que a experiência de ambos fosse usada como base para sistemas de investigação modernos, eficazes e respeitosos dos direitos humanos. O verdadeiro objetivo de suas mortes era interromper o processo”, declarou o promotor nacional antimáfia, Giovanni Melillo.
Durante a abertura da exposição, Melillo ainda alertou que “não pode haver combate efetivo fora do Estado de direito, do qual a independência judicial e a liberdade de informação são a pedra angular”.
Já o ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, que também participou da iniciativa, estendeu a homenagem prestada a Falcone e Borsellino “a todos os demais servidores do Estado ou da sociedade civil que perderam a vida nesses tristes anos”.
Nordio relembrou a experiência de magistrados que, como ele, estiveram na linha de frente contra o terrorismo em toda a Itália. “Éramos menos de 40 investigando e todos recebemos cartas com a estrela de cinco pontas, disse ele, recordando que, no espaço de três dias, três deles foram mortos.
“Pensamos que não chegaríamos ao Natal, mas continuamos”, acrescentou Nordio.
A exposição foi criada como uma homenagem à memória e ao sacrifício dos dois magistrados, que fizeram uma série de investigações contra a máfia siciliana Cosa Nostra e tornaram-se símbolos da luta contra os criminosos no início da década de 1990.
A instalação fotográfica e seu catálogo reconstroem – através das imagens privadas disponibilizadas por familiares e do arquivo fotográfico da ANSA – a vida de Falcone e Borsellino, desde a adolescência em Palermo, a entrada no judiciário, o nascimento da equipe antimáfia, os julgamentos e os massacres de ambos.
O percurso criado pelas imagens é integrado – dentro dos painéis expositivos – por reproduções dos “lançamentos” da ANSA.
Instalada pela primeira vez há 10 anos e posteriormente atualizada e relançada por ocasião do 30º aniversário dos massacres, a exposição pretende “contar a milhares de jovens a história destes dois grandes homens que entraram para a história do país”, explicou o diretor da ANSA, Luigi Contu. (ANSA).