10/11/2022 - 19:37
A Polícia Civil do Espírito Santo informou nesta quinta-feira (10) que a empresária Eliziane Santos Neves, de 40 anos, foi indiciada pelo crime de racismo, com ataques xenofóbicos. Isso ocorreu após ela publicar um vídeo no qual xinga nordestinos depois do resultado das eleições, no dia 30 de outubro. A corporação concluiu o inquérito e o caso foi encaminhado na quarta-feira (9) ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
“Parabéns, bando de passa-fome do Nordeste. Parabéns pra vocês. Agora não venham aqui para o Sudeste vender sua rede, não, amor. Continuem aí nas cidades de vocês, tá bom? Não venham pra cá não, bando de miséria, pobres. Continue no Nordeste de vocês. Bando de cabeça chata. Continue aí onde vocês estão. Vai depender de Bolsa Família para o resto da vida. Vocês gostam sabe de quê? De esmola. Vocês não gostam de carteira de trabalho. Vocês não gostam de trabalhar, não. No final do ano vou para o Nordeste passar férias e sabe quem é que vai me atender? Vocês”, disse a empresária no vídeo.
Devido à grande repercussão do caso nas redes sociais, a Polícia Civil teve conhecimento dos fatos e encaminhou o caso, com caráter de urgência, para a Superintendência de Polícia Regional Metropolitana (SPRM), que determinou que a ocorrência fosse apurada pelo 16° Distrito Policial.
A delegada Argentina Leopoldina da Silva Neta Armantrout, titular do 16° DP, informou que a empresária confirmou a autoria do vídeo, mas afirmou que havia consumido bebida alcoólica e não se recordava direito da situação.
“A empresária compareceu à delegacia e, durante os depoimentos, confessou que gravou o vídeo, mas não soube alegar o motivo. Ela disse ainda que havia consumido muita bebida alcoólica, que tomou remédio controlado e acordou no outro dia não se lembrando de nada.”
Ainda segundo o seu depoimento, Eliziane ressaltou que estava arrependida do que tinha feito e, inclusive, havia publicado um pedido de desculpas em seu perfil no Instagram.
Mesmo assim, a empresária foi indiciada. “Com a necessidade de reprimir condutas que imprimem delitos envolvendo práticas de intolerância, discriminação, preconceito, racismo e o discurso de ódio, a fim de preservar a ordem pública e a dignidade da condição humana, o Inquérito Policial (IP) sobre o caso foi concluído e a autora foi indiciada pelo crime previsto no Art. 20, parágrafo 2, da lei 7.716/89 (racismo, com ataques xenofóbicos, praticados em redes sociais)”, afirmou a Polícia Civil por meio de nota.
Agora o MPES vai analisar o caso e decidir se apresenta ou não uma denúncia contra a empresária.