Eis uma excelente notícia: muitos médicos e muitas associações de saúde não seguirão a absurda decisão emanada do Conselho Federal de Medicina (CFM) que decidiu drasticamente fechar o leque de enfermidades tratadas com Canabidiol. Tais médicos e tais associações continuarão valendo-se da Cannabis sempre que ela significar o cuidado mais adequado e eficaz para o paciente – e, às vezes, o único possível.

O Conselho Federal de Medicina, na verdade, movimenta-se na hora e direção erradas: nos países que possuem um avançado grau de desenvolvimento científico, o emprego do Canabidiol é cada vez mais ampliado e aperfeiçoado. Aqui, no Brasil, o CFM quer desmanchar o pouco que já se conseguiu fazer.

Durante a pandemia, o CFM calou-se e nenhuma providência tomou contra autoridades federais que defendiam a administração da medicação cloroquina no tratamento da Covid-19 – essa posição contrariava pareceres da comunidade científica internacional que alertava para a inocuidade do remédio e eventuais riscos quando empregado no combate ao vírus Sars-Cov-2. O Conselho Federal de Medicina foi só silêncio.

Agora, por meio de resolução e sem a menor explicação cientificamente clara, ele decidiu tornar ainda mais restritiva a prescrição de Cannabis medicinal em comparação às regras estabelecidas em 2014.

O CFM está, assim, movendo-se de forma equivocada e na contramão, novamente, do conhecimento científico internacional — uma vez que vem crescendo em todo o planeta o número de respostas positivas ao emprego do canabidiol.

Mais: com as restrições impostas, muitos pacientes ficarão completamente vulneráveis as suas doenças graves, algumas delas degenerativas. E também não sou poucas as que levam a óbito.

A resolução 2.324/22 restringe a prescrição do canabidiol a epilepsias pontuais de crianças e adolescentes que não respondam às terapias convencionais na Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e no Complexo de Esclerose Tuberosa. Outros males, dentre eles dores crônicas, fibromialgia, Parkinson e Alzheimer (ao todo são vinte), encontram-se fora do rol de permissão do CFM.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autoriza atualmente a comercialização de cerca de dezoito medicamentos à base de Cannabis em farmácias e drogarias, afirma que, também para ela, nada mudará. Ou seja: discorda do CFM.

O CFM está e estará cada vez mais isolado. É inoperante e desatualizado. Apequena-se em significância.