A eleição do voto amedrontado

Montagem ISTOÉ: Divulgação/AFP/Instagram
Foto: Montagem ISTOÉ: Divulgação/AFP/Instagram

Você já parou para pensar como ficará a nossa economia depois dessas eleições? Será que a grande parcela da população tem curiosidade em conhecer a fundo os planos de cada candidato, quando o assunto é economia? Essa discussão deveria ser muito mais ampla e bem explorada pelos eleitores, e não apenas se embasar nas rasas narrativas da direita x esquerda, incitada tantas vezes pelos próprios postulantes ao cargo.

As respostas que teremos nas urnas vão implicar diretamente em nosso bolso. Assuntos como reforma tributária, teto de gastos, quais serão as ações para estimular a criação de mais vagas de empregos, controle inflacionário, desmatamento, garimpo, controle de emissões de gases, entre outros, não são e nem de longe podem ser fruto de uma resposta simplista. O que norteia um plano de governo é a pauta econômica e o destino das verbas públicas. Se ignorarmos esse ponto, estamos fadados a patinar na lama por mais quatro anos.

Triste é a nossa nação, que vive a realidade do coloca esse para tirar aquele! Que não tem oportunidade e nem acesso a informações que impactarão diretamente na sua rotina diária. No tempo das polarizações, é preciso escolher lado. E isso implica admitir, silenciosamente, certos exageros. É, digamos, o outro lado da moeda agindo — também agindo — em nome da ‘causa’, e fazendo, paradoxalmente, uma ‘opção’ que desconsidera opções.

Essa é a encruzilhada. Acentuadíssima. E sem meio-termo. Ou somos ‘comunistas’ — e, no ‘senso comum’, isso significa aceitar um punhado de maldades em nome da ‘causa’ — ou somos ‘neoliberais’. Não há coluna do meio. É um ou outro. E no que há de pior em cada um.

A falta de compromisso com o cidadão é explícito em todos os candidatos à presidência, todos, sem exceção, infelizmente, estão preocupados com seu individualismo, seu egocentrismo e a necessidade de se mostrar mais poderoso e esquecem-se de debater o que de fato interessa: programas econômicos e sociais, o que deixa evidente que para eles o que interessa é uma população não pensante, para não dar trabalho.

Ainda temos uma semana para o primeiro turno, tempo em que é possível se informar, fazer a sua escolha pautada na identificação do projeto de País que mais te agrada e não pautada na personalidade do candidato. Sonho que possamos viver ainda em uma época que não será preciso fazer o voto útil e, sim, o voto pautado em propostas que mais se alinhem ao seu pensamento, sem medo de se expor!