Por Tom Balmforth e Vitalii Hnidyi

KIEV/KUPIANSK, Ucrânia (Reuters) – Autoridades ucranianas disseram ter encontrado um local de sepultamento em massa com 440 corpos, a maioria civis, em uma cidade do nordeste recapturada das forças russas, chamando-o de prova de crimes de guerra cometidos pelos invasores em território que ocuparam por meses.

“A Rússia está deixando a morte para trás em todos os lugares e precisa ser responsabilizada”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em um discurso em vídeo durante a noite.

O local no antigo reduto da linha de frente russa de Izium seria o maior enterro em massa encontrado na Europa desde as consequências das guerras dos Bálcãs nos anos 1990. As forças ucranianas retomaram Izium depois que milhares de soldados russos fugiram da área, abandonando armas e munições.

O chefe da polícia ucraniana, Ihor Klymenko, disse em entrevista coletiva que todos os corpos recuperados até agora no local pareciam ser de civis, embora houvesse informações de que alguns soldados poderiam ter sido enterrados lá também.

“Durante meses, um terror desenfreado, violência, tortura e assassinatos em massa ocorreram nos territórios ocupados”, tuitou o conselheiro de Zelenskiy, Mykhailo Podolyak, em inglês, acima de fotos de uma floresta repleta de cruzes de madeira em solo lamacento fresco. Um enorme poço foi lacrado com fita vermelha e branca.

“Alguém mais quer ‘congelar a guerra’ em vez de enviar tanques? Não temos o direito de deixar as pessoas sozinhas com o Mal.”

A Rússia não comentou imediatamente os relatos do local do enterro em massa. No passado, negou que suas tropas cometessem atrocidades no conflito. Moscou chama suas ações na Ucrânia de “operação militar especial” para desarmar seu vizinho.

Uma delegacia de polícia anteriormente ocupada pelos russos foi abandonada às pressas em Kupiansk, cerca de 60 km ao norte de Izium.

Bandeiras russas e um retrato do presidente Vladimir Putin estavam no chão em meio a cacos de vidro. Os registros foram incendiados. Atrás das portas de aço das celas da delegacia havia sangue no chão e manchas nos colchões.

Após uma semana de ganhos rápidos no nordeste, as autoridades ucranianas tentaram diminuir as expectativas de que poderiam continuar avançando nesse ritmo. Eles dizem que as tropas russas que fugiram da região de Kharkiv agora estão planejando defender territórios nas províncias vizinhas de Luhansk e Donetsk.

((Tradução Redação São Paulo))

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