06/09/2022 - 12:21
Em discurso no Bundestag, presidente israelense elogia os laços estreitos entre os dois países e o compromisso comum no combate ao antissemitismo. Fala ocorre semanas após polêmica gerada por líder palestino em Berlim."Israel e Alemanha estão unidos pela obrigação de lembrar o Holocausto", disse o presidente israelense, Isaac Herzog, durante um discurso no Bundestag (Parlamento alemão) nesta terça-feira (06/09), durante uma visita de três dias ao país.
Herzog elogiou as relações estreitas entre os dois países e o compromisso comum no combate ao antissemitismo. "A parceria entre Israel e Alemanha alcançou renome global, e devemos continuar a aprofundá-la e cultivá-la, para o benefício de um futuro brilhante não só para nossos países, mas para toda a humanidade", afirmou.
No início de sua fala, o presidente israelense liderou uma oração em lembrança do assassinato de 6 milhões de judeus durante o Holocausto. "Não trago perdão nem esquecimento", disse ele, antes de ser aplaudido de pé pelos legisladores alemães.
"Somente os mortos têm o direito de perdoar. Enquanto os vivos não temos o direito de esquecer", afirmou, citando comentários feitos 35 anos atrás por seu pai, Chaim Herzog – que também era presidente na época –, durante a primeira visita de um chefe de Estado israelense à Alemanha.
Estremecimento
A viagem desta semana parece ter suavizado um relacionamento que foi estremecido no mês passado, quando o presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusou Israel de ter cometido "50 Holocaustos" durante uma entrevista coletiva em Berlim.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, que estava ao lado de Abbas na ocasião, enfrentou críticas por não ter rejeitado imediatamente a declaração.
Após seu discurso nesta terça-feira, Herzog participou de uma cerimônia em que depositou uma coroa de flores no Memorial aos Judeus Mortos da Europa, a poucos metros do Bundestag, juntamente com o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier.
Ainda nesta terça-feira, Herzog e Steinmeier têm agendada uma visita ao campo de concentração de Bergen-Belsen, que o pai de Herzog ajudou a libertar enquanto soldado britânico no final da Segunda Guerra Mundial e que também visitou em sua viagem histórica de 1987.
50 anos do massacre de Munique
Na segunda-feira, Herzog encontrou Scholz antes de seguir para a Baviera, onde ele e Steinmeier participaram de uma cerimônia pelo 50º aniversário dos ataques de terroristas palestinos nas Olimpíadas de Munique de 1972, nos quais 11 membros da delegação israelense foram mortos.
Steinmeier pediu desculpas pelos erros cometidos durante e após o ataque e pediu perdão.
Nos dias que antecederam a cerimônia, a Alemanha disse que havia concordado com as famílias dos atletas israelenses assassinados em uma compensação totalizando 28 milhões de euros (R$ 145 milhões).
md/ek (AP, Reuters)