Centenas de construções nos povoados da minoria rohingya na região oeste de Mianmar foram incendiadas, revelam neste domingo novas imagens de satélites denunciadas pela ONG Human Rights Watch.

O norte do Estado de Rakhine, fronteira de Bangladesh, povoado pela minoria muçulmana rohingya, se encontra em estado de emergência desde que ataques surpresa em postos fronteiriços deixaram nove policiais mortos no mês passado.

Os soldados birmaneses mataram várias dezenas de pessoas e prenderam outras tantas na busca pelos responsáveis pelos ataques, que, segundo o governo, seriam militantes rohingyas radicalizados em contato com islamistas extremistas fora do país.

No sábado, foram registrados novos incidentes violentos. Dois soldados e seis agressores morreram, segundo os militares que enviaram helicópteros com artilharia para repelir uma emboscada.

A crise e os informes sobre graves abusos aos direitos humanos que são cometidos nesse período de estado de emergência aumentaram a pressão internacional sobre o novo governo civil birmanês e levanta interrogações sobre sua capacidade para controlar os militares.

A Human Rights Watch publicou novas imagens de satélites, que mostram enormes incêndios criminosos realizados em povoados rohingya.

Segundo a ONU, mais de 400 construções foram incendiadas em três localidades da minoria, onde também ocorreram enfrentamentos.

Os distúrbios fazem temer que se repitam os confrontos interreligiosos de 2012, que deixaram mais de 100 mortos e dezenas de descolocados.

Os budistas nacionalistas se opõem a qualquer concessão que garantam aos rohingyas a cidadania e alegam que a minoria é composta por imigrantes ilegais provenientes de Bangladesh.