12/08/2022 - 16:19
De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira, 12 , pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) pertencente ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A Amazônia atingiu mais um período elevado de destruição durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Entre Agosto de 2021 até julho deste ano, foram desmatados 8.590,33 Km² do bioma. Este novo índice só fica atrás dos períodos de 2019-2020 e de 2020-2021. Somente neste último mês de julho, foram desmatados 1.486 Km².
Foram derrubados mais de 31 mil Km² da Amazônia, desde o inicio da gestão de Bolsonaro em 2019. O que equivale a cerca de 720 Km² de floresta nativa sendo derrubada todo mês que corresponde a mais de 450 parques Ibirapuera. De acordo com o Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, os dados são resultado de mais um ano de “favorecimento do crime ambiental” do governo Bolsonaro. “É mais um número que estarrece, mas não surpreende: o desmatamento fora de controle na Amazônia resulta de uma estratégia meticulosa e muito bem implementada de Bolsonaro e seus generais para desmontar a governança socioambiental no Brasil”, diz. “Os números são resultado de uma política de favorecimento do crime ambiental, adotado pelo governo desde o primeiro dia de mandato’’.
Segundo Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil, os dados são altamente elevados e demonstram pelo terceiro ano consecutivo o cenário de desmonte ambiental do governo atual. “O que a gente vê agora com o fechamento do calendário de 2022 é uma forte associação ao desmonte de uma estrutura de governança e proteção territorial na Amazônia.’’ A área desmatada é superior à verificada em governos anteriores. Desde agosto de 2015, (início da contagem), até o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT), em maio de 2016, foram desmatadas da Amazônia cerca de 364 Km² por mês.
Nos dois anos e oito meses do governo de Michel Temer (MDB), foram desmatados cerca de 420 Km² do bioma por mês. O desmatamento já havia aumentando no Brasil, porém na gestão Bolsonaro cresceu significativamente. Antes de assumir a presidência, durante o período eleitoral, o chefe do Executivo já adotava um discurso o qual condenava a fiscalização ambiental e mencionava uma suposta “indústria da multa’’, que nunca foi comprovada.