05/08/2022 - 9:30
Os vices sempre tiveram papel importante, para o bem ou para o mal. Desde a redemocratização, dois vices assumiram a Presidência com o impeachment dos titulares: em 1992, Itamar assumiu o lugar de Collor e, em 2006, Temer tomou posse no cargo de Dilma. Viraram inimigos depois. Desta vez, os vices surgem com um simbolismo relevante. Lula tem Geraldo Alckmin e Bolsonaro lançou Braga Netto para darem recados aos eleitores. O petista precisa do ex-governador de São Paulo para mostrar que é moderado, o que não é. Pelo contrário. É extremista e populista. Já o ex-capitão, outro extremista/populista, usa o general para mostrar que as Forças Armadas estão com ele e impedirão eventual posse do PT. Mentira. Não haverá golpe. As instituições e a democracia estão sólidas.
Ex-tucano
Lula está lançando mão de uma tática semelhante à que usou em 2002, com a escolha de José Alencar para vice. Daquela vez, foi para atrair os empresários e militares assustados com seu esquerdismo. Agora, o petista usa Alckmin, um ex-tucano ligado aos religiosos da direita, para atrair votos da classe média e gente desconfiada de seu radicalismo.
Ordem unida nos quartéis
Emissários de Lula, como ex-ministro Nelson Jobim, têm sido tranquilizados em conversas com generais do Alto-Comando do Exército. Os militares explicam que permanecem em silêncio diante da escalada do discurso de Bolsonaro em respeito à hierarquia, mas garantem que “acima do presidente, está a Constituição” e que, caso ele transforme as bravatas em ações, os fardados não darão respaldo ao mandatário.
Retrato falado
Lula disse na convenção do PSB que escolheu Geraldo Alckmin como seu vice, na sexta-feira, 29, em Brasília, que jamais imaginou ver um presidente cometer a idiotice de chamar ao Palácio do Alvorada embaixadores de 70 países com o objetivo de atacar o sistema eleitoral para “mentir e vender uma ideia falsa de que no Brasil a democracia corre risco por conta das urnas eletrônicas”. Durante a convenção do PSB, o PT sacramentou a aliança que envolve outros cinco partidos.
O perigoso populismo
De acordo com as pesquisas eleitorais, o próximo presidente será Bolsonaro ou Lula, que pode até levar no primeiro turno. Pior é que tanto um como o outro são populistas. O atual mandatário faz de tudo para se reeleger e para isso jogou no lixo as leis e a Constituição apresentando programas sociais que desrespeitam o teto de gastos, a lei de responsabilidade fiscal e a legislação que não permite benesses sociais às vésperas das eleições. Por sorte, não deverá obter novo mandato, mas deixará uma bomba fiscal para o próximo presidente, que, se também adotar medidas populistas, como já adotou em outros governos petistas, fará a economia explodir em 2023.
Dólar a R$ 7,50
O quadro é sombrio para o ano que vem. Segundo o economista Ales Koutny, gerente da Janus Hendersen Investors, a depender das políticas do próximo governo, os investidores estrangeiros podem deixar o País, com impactos na inflação, juros e dólar. Ele acha que o dólar pode chegar a R$ 7,50 e os juros, a 18%.
A força dos indígenas
Enquanto os indígenas brasileiros estão em pé de guerra com Bolsonaro, em São Paulo o clima é de paz e de discussão dos problemas que afetam a comunidade. Na sexta-feira, 29, o secretário de Justiça do Estado, Fernando José da Costa, participou de encontro com lideranças de 12 comunidades indígenas tupi-guarani do Litoral Sul, em Peruíbe.
Segurança alimentar
O objetivo do encontro foi discutir reivindicações dessas comunidades, como segurança alimentar, educação e moradia, assim como o desenvolvimento sustentável das aldeias, por meio do incentivo ao turismo indígena e ao cooperativismo. Além do secretário do governo Rodrigo Garcia, estiveram presentes representantes da OAB de São Paulo e da Funai.
Facção criminosa
O candidato de Bolsonaro a governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deu um tiro no pé. Gravou um vídeo para receber o apoio do prefeito de Embu das Artes, Claudinei Alves dos Santos, que esteve preso duas vezes e é réu em um processo em que é acusado de integrar a facção criminosa PCC. Tarcísio aparece de mãos dadas com o prefeito e agradece o apoio.
Toma lá dá cá
dos Metalúrgicos de São Paulo (Crédito:Divulgação)
Seu partido, o Solidariedade, se aliou a Lula, que defende mudanças na Reforma Trabalhista. O senhor apoia?
Somos favoráveis à revisão da reforma trabalhista, pois ela não gerou os milhões de empregos prometidos e só serviu para precarizar as relações de trabalho.
Acha que a economia dominará o debate desta campanha eleitoral?
Os debates são essenciais para o eleitor escolher os candidatos que levantarão a bandeira do desenvolvimento sustentável, com a geração de emprego de qualidade.
Acha que o novo governo terá a reconstrução como tarefa prioritária?
Creio que sim, no sentido de preservar o Estado Democrático de Direito, resgatar o diálogo e a paz social e retomar o caminho do desenvolvimento.