PEQUIM, 11 JUL (ANSA) – A Igreja da Unificação, fundada pelo sul-coreano Sun Myung Moon (1920-2012), confirmou nesta segunda-feira (11) que a mãe do assassino do ex-premiê do Japão Shinzo Abe é uma de suas seguidoras.
O anúncio foi feito em meio aos rumores de que Tetsuya Yamagami, ex-militar japonês de 41 anos, teria assassinado Abe por conta de sua suposta ligação com uma “organização religiosa”.
A própria Igreja da Unificação veio a público para confirmar a presença da mãe de Yamagami entre seus fiéis, mas não deu detalhes sobre eventuais doações financeiras da mulher, que participava de cultos uma vez por mês.
“Há membros que doam grandes somas de dinheiro, e nós somos muito gratos a esses indivíduos, mas ressaltamos que eles o fazem em plena autonomia”, disse Tomohiro Tanaka, presidente da Igreja da Unificação no Japão.
De acordo com a imprensa japonesa, Yamagami alegou à polícia que sua mãe havia feito grandes doações de dinheiro a uma organização religiosa, colocando a família em sérias dificuldades financeiras. Inicialmente, o plano do agressor seria atacar um dirigente desse movimento, mas ele teria mudado de ideia ao saber que Abe faria um comício em sua cidade.
Um avô do ex-premiê, o também ex-primeiro-ministro Kishi Nobusuke, era ligado à Igreja da Unificação, que acredita que Deus escolheu o reverendo Sun Myung Moon para representá-lo na Terra e ganhou fama por conta de seus casamentos em massa.
Crime – Shinzo Abe, 67 anos, foi assassinado a tiros enquanto discursava em um comício em Nara, na última sexta-feira (8).
O funeral está marcado para esta terça (12) e será restrito a familiares e amigos, mas uma vigília acontece nesta segunda, em um templo budista de Tóquio.
O secretário do Estado dos EUA, Antony Blinken, está no Japão para participar da cerimônia e se reuniu com o premiê Fumio Kishida.
“O povo americano compartilha o senso da perda do povo japonês.
Durante seu mandato, o primeiro-ministro Abe fez mais do que qualquer outro para levar as relações entre EUA e Japão a novos níveis”, declarou Blinken.
Já o governo japonês decidiu honrar Abe com o Colar da Ordem Suprema do Crisântemo, principal condecoração do país. Ele é o quarto ex-premiê homenageado com essa distinção, juntando-se a Shigeru Yoshida, Eisaku Sato e Yasuhiro Nakasone. (ANSA).