24/06/2022 - 20:02
Um total de 39 cubanos perderam a vida no estreito da Flórida durante os últimos oito meses, enquanto tentavam emigrar ilegalmente para os Estados Unidos, informou nesta sexta-feira (24) a embaixada americana em Havana.
“A Guarda Costeira registrou 39 mortes confirmadas de pessoas que emigraram ilegalmente em embarcações sem segurança, sobrecarregadas e rústicas”, disse no Twitter a embaixada, que citou um comunicado da Guarda Costeira americana.
De outubro de 2021 a maio de 2022, mais de 140.602 cubanos entraram em território norte-americano pela fronteira com o México – durante o ano fiscal de 2021 foram 23.073-, segundo a Alfândega dos EUA.
O número mais recente supera o êxodo do Mariel em 1980, quando 130.000 pessoas abandonaram Cuba.
Nos últimos meses, também houve um aumento no número de saídas pelo mar, apesar do perigo que envolve cruzar o estreito da Flórida, o mar que separa Cuba da Península da Flórida, uma região repleta de tubarões, em embarcações rústicas.
Em um comunicado publicado em seu site, a Guarda Costeira dos EUA especificou que, com os 89 cubanos repatriados na quinta-feira, há 2.691 ilhéus que foram interceptados no mar desde 1º de outubro passado, um número que supera em muito os 838 registrados durante o ano fiscal de 2021.
Diante do aumento vertiginoso, Washington e Havana retomaram recentemente as negociações migratórias. Havana reivindica 20.000 vistos de emigração anuais que os Estados Unidos se comprometeram a conceder desde 1995.
De acordo com os acordos migratórios vigentes entre ambos os países, Washington deve repatriar os imigrantes ilegais interceptados em alto mar, e Cuba deve reintegrá-los sem consequências legais.
Cuba acusa o governo americano de empreender uma “política de guerra econômica” para deprimir o nível econômico da população, além de restringir as formas de emigrar, ao mesmo tempo em que estimula a saída “irregular” dos ilhéus, privilegiando-os com a possibilidade de obter residência quando entram ilegalmente nos Estados Unidos.