Dentro do programa de concessões à iniciativa privada, pelo menos dois terços dos estados já sinalizaram que participarão com as suas empresas de saneamento. A informação é da presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, ao participar hoje (25) do painel “De onde viemos, onde estamos e para onde vamos”. A atividade integrou o Sustentável 2016 – 8º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu durante todo o dia no Museu do Amanhã, na zona portuária do Rio.
Maria Silvia lembrou que muito se falou em saneamento nos últimos anos, com a promessa de despoluição da Baía de Guanabara para a Olimpíada, mas muito pouco se avançou. Para ela, essa é uma agenda “do século retrasado”, que será resolvida com a privatização.
“O Brasil tem metade da sua população que não tem o esgoto coletado. Esses dados devem estar superestimados, porque se mede por quilômetros de tubulação e não pela prestação de serviço. Cerca de 20% apenas da população é atendida com tratamento de esgoto e ainda temos 50 milhões de pessoas sem fornecimento regular de água. Então, essa situação é a mais 'ganha-ganha' que eu conheço, porque, em geral há viabilidade econômica, então há interesse do setor privado em desenvolver essa atividade quando você combina água com esgoto”.
A presidente do BNDES destacou os benefícios para a saúde, qualidade de vida, produtividade e turismo que o saneamento proporciona. Em rápida declaração à imprensa, ela disse que o edital para contratar os consultores que trabalharão na modelagem da licitação das concessões das empresas de saneamento e da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), da Caixa Econômica Federal, deve sair no mês que vem.
“Até o final de novembro a gente vai ter novidade. Tem interessados, tem empresas que começam a perguntar. Mas a gente precisa lançar o edital primeiro para contratar os consultores. Tem um processo todo que vai percorrer o próximo ano”, adiantou.
A presidente do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, Marina Grossi, responsável pelo Sustentável 2016, disse que o congresso visa incentivar as empresas a agirem para promover uma mudança de cultura no caminho da sustentabilidade. Segundo ela, é preciso definir os projetos e colocá-los em prática para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU, até 2030.