A Organização Mundial do Turismo (OMT) decidiu, nesta quarta-feira (27), suspender a Rússia por causa de sua invasão da Ucrânia, que contraria os “valores” da instituição – anunciou este órgão da ONU.

Tomada com o voto a favor de uma maioria de membros da OMT reunidos em assembleia geral, a decisão tem efeito imediato, disse um porta-voz desta agência à AFP.

Antecipando sua suspensão, a Rússia já havia manifestado, hoje de manhã, na abertura do debate na assembleia geral, “sua intenção de se retirar” da OMT, que reúne 159 Estados. E, segundo uma pessoa que participou da assembleia, o representante russo saiu da reunião e não compareceu à votação.

Esta agência da ONU encarregada de promover o turismo no mundo havia anunciado em março sua vontade de suspender a Rússia pela ofensiva contra a Ucrânia.

Proposta por cerca de 20 países, entre eles França e Alemanha, a resolução teve de ser ratificada por dois terços dos membros na assembleia geral extraordinária desta quarta-feira.

“Nossos estatutos são claros: promoção do turismo a favor da paz e do respeito universal pelos direitos humanos”, tuitou o secretário-geral da OMT, o georgiano Zurab Pololikashvili.

“Apenas os membros que se adequam a isso podem integrar a OMT”, acrescentou.

Em um comunicado, a ministra espanhola do Turismo, María Reyes Maroto, que presidiu a sessão da assembleia geral, comemorou a decisão.

“A ofensiva militar do (presidente russo, Vladimir) Putin atenta contra os princípios fundadores das Nações Unidas e os valores que o turismo representa, como a paz (e) a prosperidade”, afirmou Reyes Maroto.

É a primeira vez que esta organização, que tem sua sede em Madri desde 1976, reúne-se para suspender um membro.

Também por causa da guerra na Ucrânia, a Rússia foi destituída do Conselho de Direitos Humanos da ONU no início de abril. Neste mesmo mês, Moscou sofreu vários reveses em eleições para órgãos da ONU, segundo diplomatas.

Moscou era candidata a postos nos Conselhos de Administração do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da ONU Mulheres, entre outros. Novas candidaturas foram apresentadas de última hora e, em todos os casos, a Rússia foi derrotada.