Alguma vez você já sonhou em entrar em uma pintura? Pois bem, agora isso é possível também no Brasil. “Beyond Van Gogh”, a maior exposição imersiva e multissensorial do planeta agora, finalmente, chega a São Paulo. A turnê mundial começou em 2017 e já soma mais de 10 milhões de visitantes depois que passou por cidades como Atlanta, Houston, Las Vegas, Miami, Nova Orleans, Nova Iorque, Filadélfia, Seattle, Washington DC, Boston, Dallas, Londres, Bruxelas, Berlim, Nápoles, Tel Aviv e Pequim.

Toda a experiência dessa exposição é feita a partir das obras de Vicent van Gogh, um dos maiores artistas de todos os tempos. Aproveitando a oportunidade, para a coluna de hoje, selecionei os destaques da exposição e 5 motivos para você se animar para visitá-la:

1- Conhecer a história de Vicent van Gogh – Vincent van Gogh (1853 – 1890) é um dos mais conhecidos e admirados artistas do mundo. Para ele, a cor era o principal símbolo de expressão. Nasceu na Holanda e viveu uma vida de restrições. Era filho de um pastor, foi criado dentro de um clima religioso e se tornou um adulto altamente emocional, carente e com problemas de autoafirmação. Mas, tudo isso não importa, pois seu trabalho é um ícone mundial até os dias de hoje. Morreu jovem e vendeu apenas um quadro em vida. Sua arte tornou-se incrivelmente popular após sua morte, especialmente no final do século XX, quando seu trabalho começou a ser comercializado por quantias recordes nos principais leilões do mundo.

Vincent van Gogh foi um artista único que trabalhou com um senso de urgência que muitas vezes lhe causou um estresse acima do tolerável. Ele era famoso por suas pinceladas ousadas e dramáticas, que expressavam emoção e acrescentavam um sentimento de movimento às suas obras. O uso expressivo e emotivo de cores tornou-se extremamente popular. Todo o seu trabalho – cerca de 900 pinturas e 1.100 desenhos – foi produzido durante um período de apenas dez anos, antes de sucumbir a uma doença mental, possivelmente transtorno bipolar. Aproveite o momento e descubra 30 coisas que talvez você não saiba sobre Van Gogh na coluna que recentemente escrevi.

2- Entrar nas obras – Usando tecnologia de projeção para criar uma viagem sensorial extraordinária, a exposição usa um mix de luzes, artes, cores, músicas e formas para dar ao visitante a sensação de estar dentro das obras do pintor. As imagens das obras de Van Gogh aparecem no chão e nas paredes de um pavilhão de 2.200 metros quadrados, construído especialmente para o show. 350 das obras mais famosas de Van Gogh são apresentadas em grupo, reunidas por tema. Em diferentes momentos e com várias músicas de fundo distintas, a sala é invadida por dezenas de assinaturas do pintor. Depois, por quadros de flores, retratos, as ruas de Arles, as vistas no campo, as cenas da noite, os autorretratos e assim vai. Essa projeção de alta qualidade é possível graças a 332.000 lumens (utilizados para ajustar a intensidade da luz) de 40 projetores direcionados para mais de 500 metros quadrados de tecidos espalhados por todo o pavilhão para transformá-lo em uma grande tela móvel. Muitos gringos trabalharam nesse projeto, idealizado pelo Normal Studio de Montreal e com realização da Blast Entertainment, a famosa empresa que recentemente conseguiu projetar Elvis no palco.

 3- Trilha sonora especial – A exposição é embalada por uma trilha sonora contemporânea, que inclui nomes famosos como Miles Davis, Pat Metheny, John Hopkins e o compositor francês Alexander Desplat, que tem 11 estatuetas do Oscar por suas trilhas sonoras. Escutar as músicas vendo as imagens é uma experiência muito bacana. Para quem desejar aprimorar a experiência ao ler esta coluna, clique no Spotify. Preparei uma playlist com as músicas que gosto de ouvir quando admiro os quadros de Van Gogh.

4- Imersão no mundo das artes – Em sua versão brasileira, a exposição faz parte das comemorações oficiais do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, que, de certa forma, foi influenciada também pela obra de Van Gogh. Nos últimos anos de vida, Vicent Van Gogh produziu suas obras mais famosas a partir de uma cidadezinha chamada Arles, pintando na maioria das vezes ao ar livre. É dessa época pinturas como Vista de Arles com Lírios (1888), Girassóis (1888) e Quarto em Arles (1888). A exposição também tem uma instalação de girassóis, uma flor pouco prestigiada na época, mas que era a predileta do pintor a ponto dos seus amigos levarem girassóis para homenageá-lo em seu funeral. Van Gogh pintou várias obras sobre este tema e as mais conhecidas são as sete que ele produziu quando morava em Arles. Leia coluna que escrevi sobre essas flores. Há uma infinidade de cartas entre ele e seu irmão Theo que foram cuidadosamente guardadas desde o século passado. Em uma delas, Van Gogh disse: “Eu não quero pintar quadros, eu quero pintar a vida”.

5- Experiências adicionais – Esta semana, começaram no salão principal as apresentações teatrais, aulas de arte, dança e atividades diversas. Os pacotes VIP EXPERIENCE permitem sensações únicas para casais, crianças, fãs do movimento Zen, ioga, bem-estar e meditação guiada. Não tive a chance de participar de práticas como a do ODGI – O Despertar do Guerreiro (arte marcial com autoconhecimento e meditação em movimento), mas me pareceu sensacional conseguir trabalhar o corpo e a mente no meio das centenas das obras de Van Gogh. Os organizadores acertaram ao criar uma bela loja com produtos inspirados nas telas dos artistas e um café temático. Por questões óbvias, certamente não se serve absinto, a bebida destilada de altíssimo teor alcoólico que Van Gogh bebia em excesso, mas recomendo que provem o drink ‘Noite Estrelada’ com gin e ‘Saint Remy’ com Aperol Spritz.

A exposição estará até 3 de julho no Morumbi Shopping de São Paulo. Depois, segue para o Park Shopping de Brasília. Os ingressos podem ser adquiridos em www.vangoghbrasil.com.br. Menores de 12 anos podem entrar acompanhados de um adulto. Se desejar saber mais sobre um artista ou se tiver uma boa história para compartilhar, aguardo sua mensagem pelo Instagram Keka Consiglio, Facebook ou no Twitter.