Nesta terça-feira (8), completa-se um ano da morte de Henry Borel Medeiros. Em entrevista ao G1, Leniel Borel, pai do menino, contou como foram os seus dias desde 8 de março de 2021 e afirmou que luta para ver o ex-vereador Jairo Souza Santos, o Dr.Jairinho, e Monique Medeiros, mãe do garoto, condenados.

“Já pensei em suicídio. Não é fácil. A vida não tem mais graça e sinto muita falta do meu filho. Mas graças a Deus, Ele tem colocado as pessoas certas na minha vida, minha luta por justiça me motiva todos os dias.”

Ele relatou que passa por acompanhamento psicológico duas vezes por semana, e vai a um psiquiatra duas vezes por mês. Também faz uso de três tipos de remédios, um, inclusive, para conseguir dormir.

Leniel Borel, que atua como engenheiro, disse que trabalha em casa e, “no resto do tempo, tento acompanhar tudo o que acontece no caso do Henry para municiar os advogados e o promotor. Desenvolvi muitos medos e saio muito pouco de casa. Fico 90% do meu aqui: só vou à igreja e às vezes à casa dos familiares”.

Lembranças

Em seu apartamento, no Rio de Janeiro, Leniel manteve o quarto de Henry intacto.

“No último fim de semana, minha família tentou me convencer a doar as coisinhas dele. Mas não consigo. Aqui ainda tem o cheirinho dele, cada coisinha tem um significado, um momento.”

Ele afirmou que pretende levar alguns objetos do filho para a ONG que pretende fundar. A ONG Henry Borel será voltada para ajudar crianças vítimas de violência.

“Tudo que eu faço é para lembrar com alegria do meu filho.”

Luta por justiça

Leniel Borel afirmou que enfrenta algumas dificuldades para provar a culpa de Jairinho e Monique. Porém ressaltou que não irá desistir.

“Não tenho medo de nada porque a coisa mais importante que eu tinha, que era o Henry, já me tiraram. Hoje eu me sinto amputado. Então, agora, você pode me dar um tiro, me mandar para a guerra. Nada disso tem tanto peso como perder um filho. A pior coisa que podia acontecer, já aconteceu, que é perder um filho.”