O general prussiano Carl Von Clausewitz foi um dos principais estrategistas de campos de batalha que a história registrou. Gostava de escrever, e grande parte de sua obra foi redigida após os denominados “conflitos napoleônicos”, entre 1816 e 1830. Seu principal livro chama-se Da Guerra. Nele, e ainda em outros, o autor aponta, de uma forma mais ou menos explícita, que a causa de todas as guerras é a escalada dos extremismos. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, que publicamente já admitiu ser leitor de Clausewitz, que o diga – e a população da Ucrânia também.

O general defendia o princípio de que a guerra é a continuação da política por outros meios. Mais: dizia que são objetivos políticos, e não objetivos militares, que devem predominar nos confrontos armados. Fez sucesso, assim, com vazio jogo de palavras. Guerras matam gente, parece que Clausewitz, em sua vontade de teorizar, esqueceu desse grande detalhe. E Putin o acompanha também nisso, uma vez que se maravilha, como já dito, com a premissa do extremismo.

Por qualquer desses ângulos que se analise a invasão da Ucrânia pela Rússia não há um sentido claro, a não ser o do extremismo pelo próprio extremismo. Os ataques russos têm por base somente a vaidade de um homem doente pelo poder. Há um inimigo invisível atacando toda a humanidade e responsável por uma pandemia de dois anos. Ainda assim, Putin mostra ao planeta, por meio da relativamente frágil Ucrânia, o espetáculo de grandeza numérica, não moral, de suas tropas. Para quê? Para Putin satisfazer única e exclusivamente o seu ego. Putin faz da guerra uma brincadeira na qual se mata gente de verdade. E isso visivelmente lhe faz bem.

Ele sabe que o Conselho de Segurança da ONU não pesa absolutamente nada na ordem das coisas. A Rússia é país que integra, como membro permanente e não rotativo (caso do Brasil), o Conselho de Segurança. Foi simplesmente patético assistir ao conselho reunido, nos momentos derradeiros, enquanto Putin discursava calmamente, explicando que dera ordem de invasão. Sinceramente, para que serve o Conselho de Segurança da ONU? Resposta: para nada; não serve para nada. Repita-se: o alucinado Putin, alucinado pelo poder, sabe disso.

Putin sabe, também, que nações da OTAN não lhe vão responder militarmente, não vão correr o risco de detonar uma terceira grande guerra mundial para defender uma tão pequena nação como a Ucrânia. Bloqueios econômicos? Para eles e contra eles a Rússia do autoritário Putin vem preparando-se há tempo.

Usar a Ucrânia, como quem se deleita em ver feras devorar vítimas, faz de Putin um arremedo de homem. Um assassino frio. Um ser calculista que chega aos extremos somente para fazer guerras e matar os mais fracos. Ele vai entrar para a história como — Putin, o asqueroso.