A empresa Orla Rio é a responsável pela administração do quiosque Biruta, que foi concedido à família do congolês Moïse Mugeyi Kabagambe assim como o Tropicália. No entanto, o estabelecimento é alvo de uma disputa judicial, desde junho de 2021, após a Orla Rio processar o estabelecimento por más condições. No documento, a empresa argumentou que havia restos de alimento, larvas e fezes de rato em uma fritadeira. As informações são do O Globo.
Na ação, a Orla Rio também ressaltou que o proprietário do quiosque Biruta, o economista Celso Carnaval, de 81 anos, cometeu diversas irregularidades na administração do estabelecimento. Uma delas foi conceder, informalmente, a gestão do comércio para o policial militar Alauir de Mattos Faria.
Higiene do quiosque
As primeiras imagens foram feitas em 2015 e anexadas no atual processo. Elas mostram “produtos expostos e misturados com urina e fezes de rato”.
Alguns itens que seriam consumidos pelo público estavam abertos e próximos aos produtos de limpeza.
Havia “um freezer com alimentos sem congelamento e também sem nenhum tipo de higiene e limpeza”. Os materiais de manuseio dos alimentos estavam enferrujados e uma tinha uma “fritadeira em péssimo estado, sem nenhum tipo de limpeza e com restos de alimentos, larvas, fezes e urina de rato”.
Provas foram apresentadas para deputado estadual
Os registros feitos pela Orla Rio na época foram reunidos em um ofício e enviados para o deputado estadual Paulo Ramos, que acompanhava de perto as demandas dos quiosques da cidade do Rio de Janeiro.
Mesmo assim, no documento, a empresa afirmou que renovou o contrato de concessão do quiosque para Celso Carnaval por ser “sensível a um pedido” feito pelo parlamentar.
Ao ser questionado, Paulo Ramos, hoje deputado federal, afirmou “que esse documento pode ter feito parte de alguma dessas audiências públicas, mas não lembro detalhes dessa situação específica. De todo modo, eu sempre me posicionei defendendo os direitos dos quiosqueiros contra a Orla Rio, cuja operação apresenta regularmente uma série de problemas”.
O novo acordo firmado teve a duração de três anos e venceu em 2018.
Falta de higiene continuou
Após o vencimento, a Orla Rio verificou que os mesmo problemas de higiene e limpeza persistiram.
Então, em julho de 2021, a empresa reuniu todos os materiais colhidos, antigos e novos, e ingressou com um processo de reintegração de posse na 1ª Vara Cível da Justiça do Rio.
No entanto, Celso Carnaval afirmou que não vai abrir mão do quiosque e continuará administrando o estabelecimento até que o processo chegue à última instância.
Também ressaltou que não concedeu o estabelecimento para a família de Moïse.
“Só vai ser conclusivo quando o juiz bater o martelo. Se a gente está em pleno Estado de Direito, é isso que deve prevalecer. Eu não cedi nada. A prefeitura disse até que já entregou. Estou na orla há 50 e poucos anos. No momento adequado, vou me manifestar”, disse Celso ao portal G1.