SÃO PAULO (Reuters) – A contratação de crédito rural com juros controlados no âmbito do governamental Plano Safra 2021/22 acumulou alta de 32% de julho de 2021 a janeiro deste ano, para 117,8 bilhões de reais, informou o Ministério da Agricultura brasileiro nesta terça-feira.
O montante das chamadas “fontes controladas” representa a maior parte do volume total das contratações de crédito rural do plano no período, de 174 bilhões de reais (+31%), que incluem 56,24 bilhões de “não controlados”, ou juros livres, com alta de 28% de julho a janeiro.
O forte crescimento do crédito, com o país plantando para colher uma safra recorde de grãos em meio a preços favoráveis aos agricultores, ocorre antes de uma suspensão na contratação de empréstimos a juros subsidiados, com a alta da taxa Selic colaborando para esgotar os recursos, afirmou o Ministério da Economia na véspera.
O Ministério da Agricultura afirmou nesta terça-feira, por sua vez, que as operações com esses recursos foram suspensas no período de 7 a 28 de fevereiro, “devido à insuficiência de dotações orçamentárias para pagamentos de equalização de taxas de juros”, decorrente da elevação da Selic e do IPCA.
Do total de 90,8 bilhões de reais de recursos equalizáveis para a safra 2021/22, o saldo disponível no final de janeiro era de 27,5 bilhões de reais para todas as finalidades, acrescentou o ministério.
A pasta disse ainda que, com a participação da Economia, “está realizando negociações no sentido de superar essas dificuldades orçamentárias, para a retomada das referidas operações na maior brevidade possível”.
“Apesar dessa interrupção momentânea de contratação com recursos equalizáveis, os produtores rurais continuam tendo a possibilidade de acesso a recursos provenientes de outras fontes do crédito rural”, destacou o ministério.
(Por Roberto Samora)