EUA incluem ex-presidente hondurenho Hernández em lista de corrupção

EUA incluem ex-presidente hondurenho Hernández em lista de corrupção

Os Estados Unidos revelaram nesta segunda-feira (7) terem incluído o ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández na lista de “atores corruptos e antidemocráticos” do Triângulo Norte centro-americano antes mesmo de ele deixar o cargo no fim de janeiro.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, disse que Hernández foi incluído em 1º de julho de 2021 na lista de pessoas associadas à corrupção ou de abalar a democracia em El Salvador, Guatemala e Honduras, que por lei o Departamento de Estado deve reportar ao Congresso e geralmente os torna inelegíveis para visto e admissão em território americano.

“Os Estados Unidos estão promovendo a transparência e a prestação de contas na América Central, ao tornar públicas as restrições de visto contra o ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, devido a atos corruptos. Ninguém está acima da lei”, tuitou Blinken ao anunciar a decisão.

“Ninguém está acima da lei”, afirmou.

Hernández, que deixou a Presidência de Honduras em 27 de janeiro após oito anos no poder, foi apontado por promotores de Nova York de manter vínculos com o narcotráfico. Seu irmão, o ex-deputado “Tony” Hernández, cumpre pena de prisão perpétua nos Estados Unidos por este crime. Os dois negam as acusações.

Em um comunicado, Blinken disse que “segundo múltiplas informações confiáveis da mídia”, Hernández “envolveu-se em corrupção significativa ao cometer ou facilitar atos de corrupção e narcotráfico, e, ao usar os lucros de atividades ilícitas para campanhas políticas”.

“Além disso, Hernández foi identificado por seu nome no depoimento de uma testemunha em declaração juramentada em um processo penal federal nos Estados Unidos por ter recebido dinheiro do narcotráfico como parte do financiamento da sua campanha”, acrescentou.

O governo Joe Biden está determinado a combater a corrupção e promover o estado de Direito no Triângulo do Norte, que considera contribuírem para o êxodo de migrantes ilegais destes três países rumo à fronteira sul americana.

“Vamos continuar nos associando com funcionários do governo hondurenho e membros da sociedade civil e do setor privado, que mostrem dedicação para combater a corrupção e fortalecer a governabilidade democrática, inclusive como parte de uma política geral para abordar as causas profundas da migração irregular da região”, assegurou Blinken.