05/02/2022 - 13:32
Nesta quinta-feira (17/2), a direção do Yacht Club soltou uma nota com teor que tenta imputar a este repórter o ônus pelo simples ato de ter reportado um fato
Vale ressaltar que, ao contrário do que informa a primeira nota do YCB, a coluna procurou por telefone a direção do clube no dia da publicação, para se manifestar, em duas ligações que foram gravadas por nossa equipe, para uma posição da atual gestão. Em vão, porque o interlocutor avisa que não havia assessoria de imprensa. Resposta do Club que só saiu depois da repercussão do noticiado.
A Coluna publicou a resposta do Yacht Club tão logo foi solicitada por seus advogados.
O documento da AGU é claro ao dar aval ao ex-comodoro, também citado na matéria, para recorrer ao judiciário a fim manifestar a denúncia sobre eventual manobra contábil indicada em seus documentos.
Um documento do Conselho Fiscal do próprio YCB contesta decisão da direção de alterar contas ( veja ao fim da matéria ). O que amparou ofício da AGU de recomendar ao ex-comodoro acionar a Justiça. Há seis processos em tramitação sobre o caso.
Maré braba e inesperada em Salvador. Um dos mais tradicionais do País, o Yacht Club da Bahia, com sede no exclusivo Corredor da Vitória, virou alvo de investigação federal. A atual gestão do YCB é acusada de modificar sem motivo justificado o balanço 2018/19 e a partir disso promover perseguição política, utilizando-se das ferramentas institucionais do Club para atacar e intimidar a gestão anterior.
O caso chegou a Brasília. Após denúncia na Secretaria Nacional de Esportes – que mantém convênios com o Yacht, fundamentada em farta documentação (inclusive com ofícios assinados pelo Conselho Fiscal do Club), a Advocacia Geral da União recomendou que a contenda seja investigada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal.
A situação se federalizou em razão de suspeitas de manipulação de documentos e burla de lei federal, que envolvem prestações de contas com verbas da União. A reportagem não conseguiu contato com a direção do YCB até o momento. A reportagem tentou contato no sábado pelos telefones do YCB e um atendente informou que o clube não possui assessoria e só na segunda-feira o gerente responsável poderia responder sobre o assunto. Após publicação, direção soltou nota confusa apontando para ex-gestor.
A direção do YCB, sem responder os chamados da Coluna, soltou nota de esclarecimento assinada pelo Comodoro Francisco Brandão e pela presidente do Conselho Deliberativo Amélia Garcez. A nota desconhece os ofícios da AGU e cita um ex-comodoro. Procurado neste domingo pela reportagem, o ex-comodoro Marcelo Sacramento, através de seu advogado, defendeu sua gestão de quatro no YCB e informou que há dois anos se defende de “ataques inconsequentes e caluniosos da atual gestão que tenta a todo custo macular sua imagem e da sua ex diretoria”. E que recorreu à Justiça e ao MP na Bahia.
A direção atual do YCB soltou a seguinte nota, que reproduzimos na íntegra:
“O Yacht Clube da Bahia foi surpreendido por nota indicando que estaria sendo investigado por órgãos federais em razão de atos praticados pelas suas Gestões Anteriores.
O Clube desconhece qualquer investigação oficial sobre as suas contas, razão pela qual esclarece que apenas após ser formalmente cientificado poderá pronunciar-se à respeito. Cumpre pontuar, desde já, todavia, que causa estranheza o conteúdo da nota uma vez que, todos os atos de gestão do Clube sempre foram aprovados pelos seus Órgãos Internos, assim como o Clube mantém a sua situação de absoluta lisura e credibilidade junto aos Órgãos de Administração Desportiva Nacional, dentre os quais a própria Secretaria Nacional do Desporto.
Lamentavelmente a nota reflete apenas a versão de antigo gestor que, tendo suas contas reprovadas pelo Conselho Deliberativo do Clube, busca através de meios tortuosos atingir a imagem do Yacht Clube da Bahia, e a sua história, subvertendo a realidade dos fatos. Se o Clube tivesse sido ouvido antes da publicação da aludida nota, certamente tais fatos teriam sido integralmente esclarecidos. (Aqui um adendo, o clube foi procurado no sábado para se posicionar, procuramos pelo comodoro e pelo diretor executivo, e temos a prova da apuração, e não havia assessoria, o interlocutor informou que só na segunda-feira o responsável poderia responder)
O Clube lamenta a tentativa recorrente de antigos gestores em continuar a atacar a entidade e sua reputação.
A atual gestão informa que, como sempre, se manifestará exclusivamente nos âmbitos legais e administrativos e que continuará seu caminho de profissionalização e melhoria nos padrões de governança da entidade.
Comodoro: Francisco Brandão*
Desde a publicação desta matéria em 1ª mão, o Yacht Clube navega numa maré braba no Judiciário local e em Brasília, diante da pendenga entre os associados. Inconformado com o que classifica de perseguição política do atual conselho, o ex-comodoro Marcelo Sacramento recorreu a instâncias superiores. Num primeiro momento, o TJ da Bahia acolheu a decisão do juiz da 1ª instância a favor de Sacramento. Os processos tramitaram, chegaram ao STJ e STF, onde o ex-comodoro teve ganho de causa contra o atual conselho da entidade.
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