04/01/2022 - 14:00
O brinde de espumante na virada do ano pode ser o último gole de álcool que muitas pessoas consomem até fevereiro. Isso porque, durante o primeiro mês do ano, acontece o “Janeiro Seco”, iniciativa criada em 2012 pela entidade filantrópica britância “Alcohol Change UK” para conscientizar sobre os benefícios de uma vida sem bebidas alcoólicas.
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“Existem muitos benefícios de dar uma pausa no álcool, quando feito com sabedoria”, afirma George F. Koob, diretor do Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos, ao “Yahoo Life”, de onde são as informações. “No mínimo, dá às pessoas a chance de avaliar suas relações com a substância e cultivar alternativas para relaxar, socializar, lidar com problemas ou qualquer que seja a razão pela qual pessoas bebem”.
Além disso, a sobriedade pode elucidar os efeitos do álcool sobre a saúde física e mental. “Alguns descobrem que as bebidas estavam irritando seus estômagos, corrompendo seu sono, contribuindo para o ganho de peso, interferindo em suas rotinas de exercícios, afetando seus relacionamentos, ou que eles contavam mais do que pensavam com o álcool para aliviar o estresse”, relata George. Acordar sem a famosa ressaca pode melhorar a qualidade de vida de algumas pessoas, e, para outras, a sobriedade pode ter efeitos substanciais nas finanças.
Impactos físicos
Quando se trata de saúde física, passar o mês sem beber pode ter os maiores impactos para quem consome muito álcool. De acordo com o médico Tyler Oesterle, a substância é tóxica para diversos órgãos. “Ela pode afetar, entre outros, fígado, pâncreas, coração e sistema nervoso”, revela. Segundo ele, se algum destes órgãos estiver comprometido, um mês de abstinência pode melhorar os sintomas agudos.
Para quem bebe pouco, no entanto, 30 dias sem álcool podem ajudar a estabelecer hábitos de sobriedade, mas não são suficientes para fazer a diferença fisicamente.
A cultura do álcool
Apesar de 30 dias serem pouco tempo para mudanças físicas significativas, a coach de sobriedade Amanda Kuda concorda que um mês sóbrio pode ser um bom começo para quem tem curiosidade em parar de beber. “Para quem se preocupa com o estigma social da sobriedade, o Janeiro Seco pode ser a ‘desculpa’ perfeita para parar de beber, especialmente depois do que é provavelmente o período mais intenso de ‘bebedeira’ do ano”, declara.
Ela completa explicando que o Janeiro Seco é uma forma socialmente aceitável de se afastar do álcool “em um mundo que é obcecado por ‘biritas’”, principalmente se em seu ambiente as bebidas são algo em que você se sente compelida a participar. Além disso, o período dá a oportunidade de refletir se a sobriedade é algo que você queira explorar no futuro, bem como uma pequena pausa para o organismo.
Apesar de acreditar que pessoas que sofrem com a dependência alcoólica devem se consultar com um médico antes de pararem completamente, mesmo que apenas por um mês, Amanda defende que o período é uma boa oportunidade para observar seu comportamento em relação ao álcool — e pode até mesmo te encorajar a continuar o experimento após os 30 dias. “Existem diversas alternativas não-alcoólicas que você provavelmente adoraria beber agora”, diz a coach. “Vinhos, drinks e cervejas que se aproximam muito das bebidas reais. Muitas opções para te fazer sentir incluída”.
Se você acredita estar sofrendo ou conhece alguém que sofre de dependência química, entretanto, é importante procurar ajuda médica o mais rápido possível.