O ex-governador Geraldo Alckmin entregou sua carta de desfiliação ao diretório municipal do PSDB nesta quarta-feira, 15. Alckmin era filiado ao PSDB desde 1988. A informação foi confirmada pelo presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi.  O texto não cita os motivos do ex-governador, mas, no meio da tarde, ele divulgou uma mensagem de despedida em suas redes sociais.

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“É um novo tempo! É tempo de mudança! Nesses mais de 33 anos e meio de trajetória no PSDB procurei dar o melhor de mim. Um soldado sempre pronto para combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho”, afirmou o ex-governador.

“Jamais esqueci a lição do meu pai. Respeito às pessoas, lealdade aos princípios e firmeza de caráter. Só com esses valores é possível construir uma vida pública decente. Quero agradecer aos meus companheiros de jornada. Vocês foram muito importantes nessa travessia.”

Em entrevista à TV Tribuna de Santos, em agosto, ele admitiu publicamente, pela primeira vez, o interesse em deixar o PSDB com o objetivo de disputar o governo do Estado, uma vez que o partido já sinalizava confirmar o atual vice-governador, Rodrigo Garcia, como representante tucano.

Alckmin vinha se desentendendo com o governador João Doria desde 2018, quando este passou a defender o voto “BolsoDoria”. O ex-governador, que foi um dos principais padrinhos de Doria na política, se sentiu traído e acabou em quarto lugar naquela disputa presidencial.

A hipótese de Alckmin deixar o ninho tucano havia sido divulgada anteriormente pelo Estadão. A nova casa política do ex-governador, porém, ainda é incerta, assim como o cargo que realmente vá disputar em 2022.

Alckmin tem sido assediado pelo Solidariedade e pelo PSB, a fim de fazer dobradinha com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. O PSD também já convidou Alckmin, mas com vistas a disputar o governo paulista.

Geraldo Alckmin se desfilia do PSDB após 33 anos; veja a carta
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